"1. Diz o povo, na sua proclamada infinita sabedoria, que as gentes do Porto são ordeiras e hospitaleiras. Sempre duvidei de infinitas sabedorias, sejam elas do povo ou do Presidente da República. Ano após ano após ano, hordas de ordeiros lançam-se como os hunos de Átila sobre aqueles que têm a desgraça de serem obrigados, pela regra dos calendários desportivos, a demandar a cidade das tripas enfarinhadas. Ao contrário do que acontece com as visitas portistas à capital, sempre sublinhadas com um passeiozinho vivificante no Parque Eduardo VII, ai do atrevido que caia no erro de meter o nariz de fora da janela do autocarro - voam pedras e garrafas, blocos de cimento, pedaços de viadutos. As autoridades, tal como o nome indica, autorizam. É para isso que existem. Deter, identificar, autuar, levantar processos não faz parte da sua competência. Limitam-se a olhar, entretidos, o voar dos calhaus. É mais do que certo que este adjectivo hospitaleiro vem de hospital...
2. Hordas de ordeiros atacaram barbaramente dois jornalistas da Antena 1 que saiam do Estádio das Antas. Tal como sempre acontece, as autoridades autorizaram. A barbaridade passará, mais dia menos dia, a fazer parte da lamentável lista de agressões a jornalistas perpetradas no Estádio das Antas de há 30 anos a esta parte. Lamentou o ordeiro clube a incidência? Apresentou desculpas às vítimas? Não. Não faz parte da sua cultura ordeira... Razão tinha o árbitro, Vítor Correia, quando dizia que desde que vira um porco andar de bicicleta acreditava em tudo. Imaginem se ele tivesse visto um a bailar..."
Afonso de Melo, in O Benfica
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