"Poderia ter sido um Omega. Ou um Jaeger Lecoultre. Ou um Glasshutte. Ou um Baume & Mercier. Ou até um mais banal Swatch. Mas, não. Foi, afinal, um Roskopf de século XIX que, naquela tarde, quis resistir à concorrência e à má fama dos baratuchos e inconsistentes relógios e aportuguesados como 'roscofes'.
Por isso, os 15 minutos que, de facto, faltaram para completar as 72 horas entre dois jogos para três jogadores deveram-se ao falso adiantamento do tal relógio roscofe (em segunda mão) que, prussianamente, foi usado em consonância estética com a barba negligé do treinador Viktor. Não é que o avanço dos ponteiros tenha sido muito. Afinal, 15 minutos em três dias de roscofe dá 5 minutos por cada um deles, coisa que, não raro, também acontece aos melhores.
Mas, o certo é que a perfeita a imaculada organização do clube em causa - que sempre olha para o escrutínio das entidades oficiais com a máxima mais compaginável com o lema por que é conhecido o afamado Omega («não atrasa, nem adianta») - vê-se agora fulminada por culpa de um obsoleto roscofe.
Felizmente, no plano desportivo, nada de grave. Afinal trata-se de uma tacinha desprezível e dispensável. A taça, que já foi maliciosamente conhecida por Taça LB, poderá ser agora cognominada Taça Roscofe.
Uma última observação: consta que um anterior proprietário do relógio padecia de benfiquismo. Lá está, a culpa por aquelas bandas nunca morre solteira. Vai sempre de núpcias com a obsessão da Luz.
P.S. Continua o silêncio a irregularidade de marcação do já efectuado Setúbal-Porto. Sem roscofes..."
Bagão Félix, in A Bola
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