"O processo eleitoral no Benfica terminou ontem com a recondução de Luís Filipe Vieira na presidência. Devo confessar aos leitores que à hora em que escrevo estas linhas as urnas ainda nem abriram.
Contingências da urgência do fecho deste suplemento desportivo do “Correio da Manhã” não permitiram esperar pelos resultados das eleições. Mas não será grande atrevimento da minha parte avançar com o nome do vencedor da corrida. Vieira, que já leva dez anos de clube, foi reeleito com naturalidade mas não com aquela inquestionável naturalidade que o próprio candidato esperava. Os números desta eleição podem ser inequívocos mas a campanha não foi um passeio. O anúncio do fim da ligação com a Olivedesportos a 48 horas das eleições sugere, sem grandes rodeios, que na antevéspera do dia D, Vieira pressentiu não o perigo de uma derrota face à candidatura de Rui Rangel mas o perigo de um resultado eleitoral que não fosse suficientemente expressivo a seu favor, como sempre aconteceu nas eleições anteriores.
O tema Olivedesportos é fulcral no Benfica há mais de uma década. João Vale Azevedo foi o primeiro a compreender a importância do assunto para os benfiquistas e, rápido, conquistou parte significativa do extremado apoio popular que o manteve três anos no poder ao anunciar no dia seguinte ao da sua eleição a ruptura unilateral do contrato que ligava o clube à empresa de Joaquim Oliveira. A discussão seguiu para os tribunais e o Benfica haveria de ganhar, em primeira instância, uma causa de que desistiria já em pleno mandato de Manuel Vilarinho, entregando-se de novo nos braços de Joaquim Oliveira.
Não deixa de ser curioso o que se passou em termos de troca de piropos, alguns lamentavelmente insultuosos, nesta última saga eleitoral do Benfica. O nome de Vale Azevedo veio frequentemente à baila, como exemplo desgraçado de delinquente e ambas as listas tiveram necessidade de evocar o ex-presidente quer como fantasma quer como arma de arremesso numa campanha em que o “valeazevediano” tema Olivedesportos ocupou seriamente as atenções de todos. Para a História, justa ou injustamente, ficará que Vieira ganhou estas eleições com a mesma carta. Vamos lá ver como é que o baralho agora reage.
ERRAR É HUMANO
Um episódio diferente de humanidade
O preceito de que “os árbitros são humanos” é aplicado sempre que um árbitro erra e o seu mau juízo acaba por influenciar de forma directa o resultado de um jogo. Ou seja, é sempre pelos piores motivos que nos vêm com a lenga-lenga da condição humana, por isso mesmo falível, dos homens do apito. Na semana passada, o mundo do futebol foi confrontado com um episódio de humanidade de cariz bem diferente e muito mais divertido do que as tradicionais justificações de erros de arbitragem.
Um fiscal-da-linha peruano, o senhor Nicolás Yegros, no intervalo do jogo entre o Chile e a Argentina de qualificação para o Mundial do Brasil, tomou a inusitada decisão de se abeirar de Lionel Messi para lhe pedir que tirasse com ele uma fotografia. Messi acedeu de sorriso nos lábios e os dois, astro e bandeirinha, posaram ao lado um do outro para a eternidade. Nada de mais humano, em boa verdade. Haverá alguém que ame o futebol e que não gostasse de ter uma fotografia ao lado de Messi, equipado e tudo com a camisa celeste da Argentina?
Imagine-se uma cena destas em Portugal onde não há Messis mas onde, apesar da crise, ainda evoluem jogadores de enorme valia. O que diriam os adeptos rivais? A humanidade dos outros é muito diferente da nossa, é o que é.
POSITIVO
Jackson europeu
O avançado colombiano do FC Porto estreou-se a marcar na Liga dos Campeões com dois golos frente ao Dínamo de Kiev. Começa a constar no Dragão que, afinal, Hulk não faz assim grande falta.
Outro Pablo?
É uruguaio, tem nome de craque, Pablo. Mas este Pablo é Olivera e chegou ao Moreirense na condição de ilustre desconhecido. No domingo, apresentou-se finalmente com dois golos ao Sporting.
NEGATIVO
Jardel infeliz
O Benfica perdeu o jogo de Moscovo com o Spartak graças a um auto-golo de Jardel, o central chamado a substituir Luisão enquanto durar o castigo ao “capitão” do Benfica. Complicam-se as contas europeias na Luz.
PÉROLA
“QUALQUER DIA GODINHO LOPES TAMBÉM METE O PAULINHO NA RUA”, Carlos Barbosa
Reina o despautério em Alvalade a todos os níveis. Fica apenas uma dúvida no ar: serão os maus resultados desportivos que condicionam dirigentes e ex-dirigentes a proferir declarações insensatas ou será precisamente o contrário? A insensatez vinda de cima é que contagia as prestações nos relvados?"
Leonor Pinhão, in Correio da Manhã
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