"Vasco Matos, João Pereira, Ian Cathro, César Peixoto e Tiago Margarido os únicos treinadores da Liga (ainda) não chicoteados até ao final da jornada 21. São cinco: c-i-n-c-o.
Dizem que os sobreviventes de graves acidentes de aviação ficam traumatizados durante muito tempo. Alguns deles chegam até a questionar-se sobre a razão pela qual sobreviveram. Deve ser aquilo que, obviamente tentando brincar com o tema, poderão sentir Vasco Matos, João Pereira, Ian Cathro, César Peixoto e Tiago Margarido, os únicos treinadores da Liga (ainda) não chicoteados até ao final da jornada 21. São cinco: c-i-n-c-o. Ou seja, 28 por cento.
Vejamos a percentagem de clubes que nas cinco principais ligas europeias ainda não trocaram de treinador: Alemanha, 78%; Espanha, 75%; Inglaterra e Itália, 70%; França, 67%. Que contraste, meu Deus!
Pela Liga 2024/2025 passaram nada menos de 32 técnicos, contando já com a entrada de Gilberto Andrade para o lugar de Cristiano Bacci no Boavista. É provável, porém, que os axadrezados avancem para um terceiro. Passarão a ser 33.
Rui Borges (V. Guimarães e Sporting), Tozé Marreco (Gil Vicente e Farense) e Daniel Sousa (SC Braga e V. Guimarães) já passaram por dois clubes e Sporting (Ruben Amorim, João Pereira e Rui Borges), V. Guimarães (Rui Borges, Daniel Sousa e Luís Freire), FC Porto (Vítor Bruno, José Tavares e Martín Anselmi), Gil Vicente (Tozé Marreco, Carlos Cunha e Bruno Pinheiro) e Famalicão (Armando Evangelista, Ricardo Silva e Hugo Oliveira) vão em três treinadores nesta temporada. É possível que o Aves SAD lhes faça companhia em breve após somar apenas 11 pontos nas últimas 17 jornadas, trocando Daniel Ramos, que substituíra Vítor Campelos após a jornada 11.
Porém, para quem é otimista nada melhor do que recordar a série de treinadores que o Belenenses teve na época 1981/1982. Aqui vão eles: Artur Jorge, Nelo Vingada, Pedro Gomes, Nelo Vingada (outra vez), Carlos Pereira, Rodrigues Dias, Manuel Castro, António Dominguez, Júlio Amador e Vicente Lucas. Nove! Ao pé dos então presidentes do Belenenses (Rui Sousa Cruz, primeiro; Mário Rosa Freire, depois) os atuais dirigentes de clubes são quase meninos de coro. Tal como o serão, se os compararmos com os presidentes de clubes do final da década de 80 do século passado. Só em 1987/1988 e 1988/89 passaram nada menos de 63 (!) treinadores pela Liga principal. E apenas um se aguentou no mesmo clube nessas duas já bem longínquas épocas: José Romão no Penafiel.
Por fim, rápido olhar sobre quatro treinadores estreantes na Liga: Vasco Matos (Nacional em 5.º), João Pereira (Casa Pia em 7.º), Ian Cathro (Estoril em 8.º) e Tiago Margarido (Nacional em 14.º). Parecem meninos de coro ao lado de velhas raposas como Bruno Lage, Carlos Carvalhal ou Petit. Só o tempo dirá até onde chegarão, mas, para já, dão cartas. E contam com a paciência dos respetivos presidentes. Já não é mau nos tempos que correm."
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