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quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

O que Taynan ama é ganhar


"Nuno Dias tem razão: quiseram desvalorizar a vitória do Sporting...e foi um jogador leonino

O Sporting conquistou a Taça da Liga de futsal ao Benfica e acentuou a superioridade que tem exibido nesta modalidade, mas no rescaldo da final a oito só se fala da atitude de Taynan, que decidiu ignorar a condição de suplente e entrou em campo para travar um ataque encarnado, com pouco mais de um minuto por jogar.
«Estão a tentar desvalorizar a vitória do Sporting e isso é feio», queixou-se o treinador leonino, Nuno Dias, pleno de razão. O pior é que foi um jogador do Sporting a tirar brilho à conquista. É discutível que o lance não tenha interferido na entrega do troféu, tendo em conta que o Benfica, que perdia por um golo, estava em superioridade numérica no ataque, mas esse é o lado menos importante do debate. Pelo menos para quem estiver interessado em analisar o essencial e não o acessório.
Pela mesma lógica, a discussão relativamente à arbitragem não deve estar centrada na decisão dos gémeos Rúben e Cristiano Santos, que a própria APAF classifica como adequada aos regulamentos, o que choca com a exigência benfiquista de repetir o jogo. O foco deve estar no espírito de uma lei que determina cartão amarelo para uma atitude assim. É que a ilação inevitável, até para treinadores e jogadores em formação, é a de que compensa entrar em campo para cortar um ataque do adversário, mas um regulamento jamais pode dar margem a estratégias destas.
Taynan ainda acabou eleito o Melhor Jogador, através de uma votação dos jornalistas presentes, por norma pedida ainda antes do apito final (mais uma lição a tirar). Entrevistado pelo Canal 11, o jogador do Sporting não foi confrontado com a infeliz atitude — como se a melhor promoção à modalidade fosse varrer os maus exemplos para debaixo do tapete —, mas posteriormente ainda explicou, pelas redes sociais, que tinha jogado com o regulamento. A mensagem inicial, que deixava um pedido de desculpa «para alguns», foi depois apagada, o que também reforça a tendência para agir por impulso e deixar a reflexão para depois, que em Espanha já lhe tinha valido um pesado castigo por dar uma cabeçada a um árbitro.
Taynan terminava a mensagem a dizer que ama o futsal, mas faltou acrescentar que gosta mais de ganhar. É o problema de muita gente que anda no desporto, tantas vezes disfarçado de fome de vencer. Não vale tudo para alcançar o sucesso, e o jogador do Sporting desrespeitou um código de ética.
Entre vários momentos de louvor, o futsal português já teve episódios tão ou mais tristes do que este, como as imitações sonoras de very-lights que mancharam outros dérbis, mas a reputação de uma das melhores ligas do mundo não pode ser boicotada a partir de dentro.
(...)"

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