"Um hotel em Innsbruck, Áustria, em quarentena, outro em Tenerife, Espanha, também, um palácio flutuante em Yokohama a servir de incubadora de vírus, o Extremo Oriente em estado de emergência e a Europa, com a Itália como epicentro, cada vez mais em estado de sítio.
A incapacidade manifesta para travar a progressão do coronavírus - poucas são as notícias que referem expectativa de vacina ou qualquer droga milagrosa que atalhe a maleita - deve preparar-nos para alguns meses de convulsão social, alterações de hábitos e crise na economia.
As manifestações de massas estão a ser proibidas ou limitadas, um pouco por todo o lado, e o desporto, que arregimenta regularmente multidões como nenhum outro fenómeno, vai ter de adaptar-se para ultrapassar esta fase crítica.
Na China, pura e simplesmente, todos os eventos foram cancelados, em Itália há adiamentos de jogos das mais diversas modalidades e jogos à porta fechada (Juventus - Inter, que pode decidir o scudetto), o ministro da Saúde irlandês pediu o cancelamento do Irlanda - Itália, do Torneio das Seis Nações e, finalmente, o Comité Olímpico Internacional já veio levantar a hipótese de não haver Jogos em Tóquio, pelo menos nas datas previstas. E falta perceber os riscos que corre o Euro-2020...
Por cá, onde, felizmente, os casos suspeitos ainda não passaram disso mesmo, o microcosmos do desporto deverá ter em carteira planos B e C para uma eventual italianização da nossa situação. Porque, apesar de todas as medidas e cuidados, a verdade é que em plena era de globalização ninguém consegue travar o vento com as mãos."
José Manuel Delgado, in A Bola
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