"A boa notícia para o Benfica é que, enfim, ganhou um jogo que era, realmente, muito importante ganhar. É verdade que esteve longe de o ganhar com autoridade e com a consistência própria de um campeão, mas ganhar, e que diga o FC Porto que também ganhou o seu jogo a poucos minutos do fim, num pontapé divino.
Tudo está bem quando acaba bem? Não creio. Mais do que a convicção mostrada pelo Gil Vicente de que seria possível não perder o jogo, a atitude receosa, trémula, mentalmente frágil de um Benfica que teve momentos de equipa pequena, sem dimensão e sem estatuto de campeão.
Deve-se, porém, perceber o contexto. Vindo de onde vinha, o Benfica precisava, acima de tudo, de inverter a tendência desastrada de derrotas sucessivas e ganhar um jogo que nunca seria fácil perante um adversário com bons jogadores e, sobretudo, com um treinador que sabe mais de futebol a dormir do que a esmagadora maioria dos técnicos acordados.
A exibição, portanto, é menos significativa. Tal como se deve compreender a atitude assustada e ansiosa da equipa. Seria difícil, no actual contexto, exigir uma exibição de domínio absoluto, sem dar margem ao risco. A partir daqui, deste regresso à liderança, deverá ser outro o nível de exigência à equipa de Bruno Lage que, aliás, teve a humildade de reconhecer a necessidade urgente de ganhar consistência defensiva e equilíbrio global, com a entrada de Samaris.
Volta, assim, o Benfica à liderança do campeonato, o que também trava o sentido único de ascensão de um FC Porto que, percebe agora, não terá tarefa fácil na luta pelo título."
Vítor Serpa, in A Bola
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