"Tendo a perfeita consciência de que o que aqui escrevo é lido com particular atenção por todas as altas instâncias do pontapé no couro nacional, sinto-me na obrigação de dar o meu contributo para a melhoria da indústria. Como tal, compilei uma longa série de 5 medidas a adoptar, com o intuito de melhorar o trabalho dos árbitros e diminuir sobremaneira a contestação aos mesmos, no campo, nas bancadas e nos estúdios de canais televisivos.
1. Até ao início da temporada 20/21, todos os estádios da 1ª Liga têm que ter condições para a utilização de VAR sem condicionantes na colocação de câmaras. Não podemos ter uma tecnologia inovadora e milionária, a funcionar a 30% em alguns estádios. É como limitar o raio de acção de um árbitro míope ao círculo central.
2. Os espectadores no estádio têm que saber o que se passa quando um lance está a ser analisado. Se não há ecrã gigante para passar informação, deve ser o speaker de serviço a trabalhar sob supervisão do 4º árbitro. O homem do microfone não pode estar lá só para anunciar com pompa e entusiasmo o 11 inicial do visitado e com notável enfado o do visitante.
3. Em análises a possíveis foras de jogo que redundem em diferenças entre linhas de 10 ou menos centímetros, tem de prevalecer o julgamento do árbitro auxiliar. 5 centímetros para defender a margem de erro do software de linhas e 2,5 centímetros para defender a margem de erro da colocação das linhas e 2,5 centímetros para defender o adepto que de outra forma fica sem alvo para atingir com insultos.
4. É ridículo que a FPF tenha uma canal de televisão onde não há um programa sobre arbitragem (pelo menos que eu tenha visto). FPF, APAF, canal televisivo detentor dos direitos de transmissão da Liga e um canal de transmissão em sinal aberto têm que gizar uma parceria para transmissão de um programa semanal sobre arbitragem, onde não se vão discutir erros, mas explicar regras, protocolos e mostrar "bloopers" de juízes caso seja transmitido depois do horário nobre.
5. Sabem aquela reunião que a APAF promove com os 18 plantéis na pré época para explicar regras e dissipar dúvidas? Era uma por mês se faz favor para discutir os jogos desse período. A comunidade arbitral não pode ter medo de admitir os erros, os atletas precisam entender porque nem sempre têm razão nos protestos e 17 treinadores gostavam de saber porque o Sérgio Conceição nunca é suspenso quando é expulso.
Nota: não vejo benefício na presença dos árbitros nas conferências de imprensa. Para manter o inalienável direito à liberdade de imprensa, os juízes seriam expostos a perguntas à procura de polémica, das quais não se livrariam com rotundos “não respondo” porque nas salas de imprensa não encontrariam a reverência de que os treinadores gozam e os jogadores adorariam ter, caso os clubes lhes permitissem falar em tais espaços."
Olha-me este a pedir ao Al Capone para virar Madre Teresa de Calcutá!
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