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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Quando um domingo deixa de ser um domingo qualquer

"Aqui há uns tempos, no meio de mais uma torrente de “dirigente X suspeito do crime Y”, “presidente W ouvido no âmbito do caso Z”, “assessor B ao quadrado estará envolvido em manigância T ao cubo”, comentei com os meus colegas que talvez não precisássemos de mais jornalistas na secção, mas sim de um advogado. O parco ano que passei enganada numa faculdade de Direito não me preparou para a quantidade de jargão jurídico que teria de ter em mente para efectuar o meu métier que sempre foi, pelo menos desde que desconto para a segurança social e para o fisco, o seguinte: jornalista especializada em desporto.
Ontem era apenas mais um domingo qualquer (bem, fora termos estado na iminência de assistir a um desastre aéreo no nosso país), com procrastinação de sofá para alguns, trabalho para outros, porque a vida não existe apenas de segunda a sexta-feira e que o digam os agentes da GNR que bateram à porta de uma habitação no bairro lisboeta do Lumiar para consigo levar Bruno de Carvalho, antigo presidente do Sporting, indiciado pela autoria moral do ataque à academia do Sporting, a 15 de maio. 
Além de Bruno de Carvalho, neste domingo que de repente deixou de ser um domingo qualquer, também foi detido Nuno Mendes, nome de guerra “Mustafá”, líder da Juventude Leonina, que se encontrava na ‘casinha’, nome carinhoso dado ao quartel general da claque, em Alvalade, onde foram feitas buscas enquanto ali ao lado se disputava um jogo de futebol.
Ah, sim. Porque também houve futebol, aquele a sério, onze contra onze e não de Código Penal no regaço. Nesse futebol sem medidas de coação, prisões preventivas ou juízes de instrução criminal, o Sporting venceu o Chaves por 2-1, no derradeiro jogo de Tiago Fernandes como treinador-interino, já com Marcel Keizer nas bancadas e a Juve Leo fora delas - o seu líder e o outrora líder do Sporting só serão interrogados na terça-feira.
Não tão ao lado de Alvalade, mas sim em Tondela, o Benfica voltou às vitórias depois de duas derrotas seguidas na liga. Valeu Jonas, sempre Jonas, para o triunfo por 3-1. Na véspera, ou seja, sábado, FC Porto (cujo presidente também teve um encontro com a justiça na última semana) e Sp. Braga mostraram que, sim, é possível dar bons espectáculos de futebol entre dois candidatos, coisa que não tem existido nos jogos entre os grandes. Houve belas defesas e umas quantas bolas aos ferros, para já nos últimos momentos Soares fazer o golo que deixou o FC Porto como líder isolado desta nossa liga de futebol, pelo menos do futebol que nela resta.
(...)"

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