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sábado, 22 de novembro de 2025

Cristiano Ronaldo gosta mais de Trump do que de Marcelo


"Na terça-feira, CR7 esteve com o presidente dos Estados Unidos na Casa Branca. No domingo não esteve com o de Portugal no Dragão em dia de condecoração...

"Já falei do nosso ‘modus operandi’. Quando há um jogador lesionado, não está na Seleção. Quando há um jogador que tem cartões, não está na Seleção, porque o foco dele não é o de jogar. (…) O Cristiano já teve cartões contra a Eslováquia, e o jogo seguinte, contra o Luxemburgo, foi a maior vitória de sempre, e o Cris não estava. São perguntas que são uma falta de respeito para o Cristiano e para os jogadores que estão na Seleção. É como se estivessem a questionar o compromisso do Cristiano. Por que é que vamos falar disso? É o nosso capitão, ganhou muitos jogos pela Seleção, o compromisso é impecável. Tem cartões e não consegue estar aqui. Faz parte da nossa forma de trabalhar"

"Também tivemos críticas que acho que não são certas, factos que são opiniões e isso não ajuda a Seleção. É uma pena não esperar pelo fim do apuramento para as pessoas que gostam de comentar. Que comentem no fim do apuramento"

Criticar quem proferiu as palavras aqui reproduzidas, o selecionador nacional Roberto Martínez, criticar a seleção Nacional e criticar Cristiano Ronaldo não é falta de respeito. Criticar só Cristiano Ronaldo não é sinónimo de inveja, como muitas vezes se aponta o dedo a quem ousa dizer algo sobre um comportamento do melhor do mundo com o qual não concorda.
Podia começar por ressalvar que a carreira de CR7 é exemplar no campo desportivo, que aos 40 anos é inspiração para muitos, miúdos e graúdos, e transpiração que lhe saiu e sai do pelo, determinação que e o levou à glória dos maiores de todos os tempos. Pronto, podia começar e comecei, mesmo não sendo essa a intenção, embora sendo realmente o que penso e por isso admiro o capitão da Seleção Nacional. Mas começar por aqui, como muitos, quase todos, sentimos necessidade de começar antes de criticar Cristiano Ronaldo, diz muito sobre o pudor que temos sempre que ousamos apontar um dedo ao GOAT: é preciso quase sempre pedir antecipadamente desculpa antes de afirmar algo que não gostamos, não concordamos com CR7 ou até simplesmente embirramos. Como não o fazemos com quase mais ninguém. Se não o fizermos, somos invejosos, não podemos ver alguém ter sucesso, como se o sucesso (financeiro ou não) fosse capa contra a crítica.
Já se percebeu que toda esta nota vem a propósito da ida de Ronaldo à casa Branca. Mas não é bem assim. Embora considere que é sítio que nos últimos tempos é muito mal frequentado, não vou por esse tema, nem pelo facto de CR7 ter ido integrado na comitiva da Arábia Saudita, porque só se admira disso quem anda muito distraído: Ronaldo assinou um contrato multimilionário com o regime saudita não apenas para vestir a camisola do Al Nassr, mas sobretudo para o promover, para fazer a lavagem reputacional do mesmo através do desporto, muito mais do que para marcar golos e fazer assistências e sabia ao que ia. E sabia que um dia esse contrato, mais do que numa campanha publicitária ou numa entrevista, iria ser cobrado também na realpolitik internacional. A escolha foi de Ronaldo…
Embora pudesse criticar CR7 por tudo isso, vou criticá-lo não por onde esteve mas por aonde não foi. E o capitão da Seleção não foi ao jogo do apuramento de Portugal, que por sinal teve posteriormente homenagem presidencial. Cristiano Ronaldo não esteve lá e devia ter estado, não devia ter deixado os companheiros e o Presidente de Portugal pendurados.
Criticar Cristiano Ronaldo, a Seleção Nacional e o selecionador Roberto Martínez não é falta de respeito, é apenas um exercício a que todos estamos sujeitos, jogadores, treinadores, políticos, médicos, comerciantes, pedreiros, jornalistas… E a crítica faz falta e não apenas onde, quando e como alguém entende que deve ser feita. Ou então não cumpre a sua função."

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