"Enfim, Roger Schmidt acertou. A outrora comunicação falhada do técnico alemão foi do oito ao oitenta na sequência do frustrante empate com o Farense. Acertou em cheio depois de um longo período de frases vazias e explicações desconexas.
É curioso - e lamentável - ver que a mais assertiva entrevista de Schmidt nesta conturbada temporada também caminha para ser uma espécie de (maldita) divisora de águas. Entrou no tiroteio de peito aberto e sem colete à prova de balas.
O desabafo contra aqueles que lhe atiraram objetos em plena Luz foi legítimo. Acima de tudo, justo e necessário. O discurso só não foi mais providencial porque faltou ali a presença dele, o ilustríssimo presidente. Teria sido então sublime.
Rui Costa, por sua vez, optou novamente pelo silêncio ensurdecedor, o que já surpreende um total de zero pessoas. Prefere ver de longe a casa a arder e, para piorar, aparecer somente nos momentos favoráveis, como, por exemplo, depois da vitória frente ao Sporting.
Não é preciso ser um expert em comunicação e interpretação de texto para perceber que o técnico alemão está à deriva. Sozinho e cada vez mais incomodado com a falta de suporte, assim como foi visto lá atrás com Rui Vitória e Bruno Lage.
A realidade do Benfica, que ainda assim está vivo em todas as competições nacionais e depende de si próprio para disputar a Liga Europa, vai muito além dos erros (dentro e fora de campo) de Roger Schmidt. São camadas e mais camadas de pura negligência.
A culpa da incompetência encarnada de hoje, naturalmente superdimensionada pelos mesmos de sempre (muitos dos seus, inclusive), vai recair mais cedo ou mais tarde sobre o bode expiatório de costume: a boa e velha Comunicação Social.
Contra tudo e contra todos, eles vão dizer."
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