"No terceiro e último jogo disputado na competição, o SL Benfica somou a terceira vitória na International Champions Cup. Com um golo solitário de Adel Taarabt a 20 minutos do fim, os encarnados carimbaram os nove pontos na competição que lhes pode valer o troféu (não me atrevo a chamar-lhe “título”).
Com um onze inicial próximo do previsível onze que iniciará a Supertaça (Vlachodimos; Nuno Tavares, Rúben Dias, Ferro e Grimaldo; Pizzi, Fejsa, Gabriel e Rafa; Taarabt e Seferovic), as águias entraram bem, sendo mais fortes nos primeiros 15 minutos e criando, nessa janela temporal, perigo por duas vezes, por Rafa e Taarabt. No primeiro quarto de hora, os encarnados defenderam com linhas altas e com os jogadores bem posicionados, ainda que não tenham imprimido a pressão alta e intensa que marcou os primeiros minutos do jogo frente à Fiorentina e que é marca de Bruno Lage. Ainda assim, conseguiram inibir a saída em construção a partir do guarda-redes do AC Milan.
No entanto, também o SL Benfica apresentou dificuldades nessa vertente do jogo, denotando-se alguma passividade e lentidão de processos no primeiro terço. Aproveitou a turma italiana que, aos 16 minutos, aqueceu o ferro da baliza defendida por Vlachodimos, já pré-aquecido a 32ºC, temperatura que se fazia sentir em Foxborough, Massachusetts, no Gillette Stadium. A bola não entrou, mas o domínio da partida passou para o lado milanês, de onde não saiu até ao intervalo.
Os pupilos de Giampaolo foram criando perigo e somando oportunidades diversas, mas sempre partindo do corredor central, espaço mal defendido pelo SL Benfica, que demorava a encurtar espaço na zona dos 25 metros para os médios do AC Milan que procuravam a posição frontal. Fazendo usufruto desse espaço, a equipa rossoneri utilizava sempre uma de duas fórmulas: remate de meia distância ou paralelas pela relva entre os centrais ou entre o central e o lateral, procurando os movimentos em diagonal de Piatek ou de outro jogador que atacasse as costas da defensiva encarnada. E, não raras vezes, esse espaço era encontrado pelos italianos. Era-o muito pelo facto de o SL Benfica mostrar claramente estar a praticar/treinar a colocação dos adversários em fora-de-jogo, notando-se uma preocupação por parte da linha composta por Tavares, Dias, Ferro e Grimaldo de suprir uma falha apontada publicamente por Bruno Lage durante a semana.
Esporadicamente, a equipa da Luz mostrou boas dinâmicas ofensivas e boas jogadas de entendimento, sobretudo na segunda parte, em que o SL Benfica conseguiu equilibrar a partida. Pecando, acima de tudo, na decisão, no último passe, no critério, os comandados de Bruno Lage executaram com qualidade movimentos da esquerda para o centro, prosseguindo, por vezes, até ao corredor direito, apanhando, pela rapidez com que a bola trocava de flancos, os milaneses em desequilíbrio. Mas o golo não surgia, nem para um lado nem para o outro, apesar das tentativas. Tentativas goradas pelos postes, pela ineficácia e pelas excelentes exibições de Vlachodimos e Donnarumma (saiu ao intervalo).
Do ponto de vista do AC Milan, a não chegada ao golo justificava-se, creio, por se tratar do segundo jogo de pré-época da segunda equipa mais titulada da história da Liga dos Campeões/Taça dos Campeões Europeus. Já o SL Benfica pode justificar a dificuldade em praticar um futebol de excelência por dois fatores, na minha opinião: primeiro, Fejsa não conseguiu dar à equipa o que esta precisa e que tem recebido de Samaris e, a uma extensão notável, de Florentino. O médio sérvio não conseguiu ser a tarântula que já foi defensivamente e não conseguiu construir, delegando a Gabriel essa função. Segundo, a entrada de Taarabt para a posição de segundo avançado trouxe nuances à ideia de jogo do SL Benfica, pelas características do marroquino, que não é – ninguém é – Jonas nem João Félix. No entanto, essas nuances notaram-se mais no momento defensivo. Com Raul de Tomas e Seferovic, os dois avançados formavam a primeira linha de pressão, Pizzi e Rafa juntavam-se aos médios centro para formar uma linha de quatro e o quarteto defensivo era a terceira e última linha no momento de defender. Com Taarabt, os encarnados defenderam com quatro linhas – quarteto defensivo, médios centro, alas e Taarabt, Seferovic.
Aos 69… o 49. Adel Taarabt, um dos melhores em campo a par de Rafa e Vlachodimos, assumiu o papel de herói (algo) inesperado e apontou o golo da vitória, com um remate à entrada da área italiana, descaído para a esquerda, rebatido por uma das pernas de um dos jogadores do AC Milan, que não conseguiu aliviar a bola na sequência de um canto pela direita. O resultado não se alterou até ao final da partida, que contou ainda com Ebuehi, Caio Lucas, Samaris, Florentino, Chiquinho, Jardel, Zivkovic e Jota.
Num jogo quente – pelo clima, pela intensidade e pela excitação dos 27.565 adeptos presentes no estádio cuja relva deixou um pouco a desejar (influenciou o rolar da bola, por vezes) – e bem disputado, o SL Benfica levou o AC Milan de vencida pela primeira vez e fica à espera do que faz o Manchester United FC no próximo sábado frente a esta mesma equipa. Se os ingleses não vencerem por pelo menos quatro golos, os encarnados serão os vencedores da oitava edição da International Champions Cup.
Onzes inciais e substituições:
AC Milan: Gigio Donnarumma (Pepe Reina, 46′); Davide Calabria (Andrea Conti, 46′), Mateo Musacchio (Matteo Gabbia, 64′), Alessio Romagnoli e Ricardo Rodríguez (Ivan Strinic, 64′); Çalhanoglu (Rade Krunic, 64′), Lucas Biglia, Fabio Borini (Marco Brescianini, 87′) e Suso; Samu Castillejo e Krzysztof Piatek (Daniel Maldini, 87′)
SL Benfica: Vlachodimos; Nuno Tavares, Rúben Dias, Ferro (Jardel, 73′) e Grimaldo (Ebuehi, 73′); Pizzi (Chiquinho, 72′), Fejsa (Florentino, 73′), Gabriel (Samaris, 72′) e Rafa Silva (Caio Lucas, 72′); Taarabt (Jota, 86′) e Seferovic (Zivkovic, 87′)"
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