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sexta-feira, 7 de junho de 2019

Deixem o “miúdo” crescer em paz!

"Até prova em contrário, a realidade benfiquista neste mercado é sustentada pela hipotética saída de João Félix do plantel. Não há dúvida nenhuma quanto a isso. Como tal, os media fazem questão de nos lembrar a todo o instante, mesmo para os mais esquecidos.
Acontece que a pressão em torno do “miúdo” é extraordinariamente avassaladora para uma fase tão precoce da carreira. E está presente em todo o lado, nas mais diversas formas, com maior incidência na comunicação social. Mas quanto a isso, já lá vamos. A ideia de que pode ser vendido por uma quantia de 120 milhões (será que vale assim tanto?), batendo a cláusula de rescisão, é a história que domina este defeso.
É importante referir que estamos a falar de uma realidade muito provisória. Como nada de novo acontece, vamos disparando umas opiniões para o ar, em todas as direcções possíveis. Até sair algo concreto, não passará tudo de uma grande especulação. A especulação do verão, se assim o quiserem chamar, muito habitual e que não traz nada de novo, excepto quando, lá está, há algo concreto sobre entradas e saídas de jogadores. Nestes casos, prefiro esperar por algo de verdadeiramente novo e oficial, em vez de me deleitar com os meros rumores que se vão por aí criando.
Discussões à parte, há que ter algum cuidado na abordagem que se faz a este tema. Estamos a assistir a uma febre em torno de João Félix, que precisa de tempo e espaço para crescer, com vista a tomar decisões importantes para a carreira, como a que se depara em mãos após a Liga das Nações. Sim, porque o próprio já referiu que só tratará da sua vida assim que a competição terminar no próximo domingo.
Posto isto, começo por defender que João Félix deve ficar no Benfica por mais um ano, pelo menos. Até porque tem uma grande margem de progressão e ser atirado às feras com tão pouco tempo poderá se revelar um passo maior que a perna. Há que ter alguma cautela quanto a isso, apesar da curta carreira de um jogador implicar que tome decisões a uma velocidade estonteante e que não voltam atrás.
Ficar mais um ano permitirá a Félix consolidar o que já mostrou ao mais alto nível a todos os benfiquistas e demais pretendentes. Esta ideia também significa fortalecer ideias, pensamentos, aperfeiçoar o estilo de jogo táctico e técnico e, depois, decidir em conformidade no seu timing, desfrutando ao máximo desta fase bonita da vida. João Félix precisa de tempo de qualidade para tudo isto e não vale a pena apressá-lo, porque apenas diz respeito ao jogador decidir o seu futuro enquanto futebolista.
Assim, nada do que se possa escrever ou dizer deverá ser feito com o intuito de afectar a coqueluche do Benfica. Pelo menos, é o mais certo de se pensar. Esta overdose de protagonismo é algo que começa a ser massador, para não dizer irritante ou até tóxico. Compreendo que, acima de Félix, há a necessidade de vender jornais com um título fabuloso ou ganhar audiências com notícias que de útil têm muito pouco ou quase nada. No entanto, é a máquina a funcionar e nada do que se possa dizer vai contribuir para mudar o que quer que seja.
Voltando a João Félix e não desvirtuando, é uma pressão exorbitante e a fasquia está excessivamente colocada num patamar que ultrapassa o elevado. Há que ter noção do real valor que o jogador mostra em campo, seja no clube ou na selecção, e não exigir mundos e fundos. As coisas têm de ser feitas com mais calma, sem a necessidade de acelerar o processo de desenvolvimento, que se pretende natural por direito. Mais importante que tudo, importa não deitar por terra todo um trabalho de formação desde pequenino. Ou seja, ter bem presente que a saída pode não correr bem, pode gerar problemas de inadaptação ao novo campeonato, ao novo treinador e ao seu estilo de jogo. Tomemos o caso de Renato Sanches como um exemplo.
Relembro, uma vez mais e não me canso, que este cenário ainda é provisório, com a certeza de que muito em breve teremos um desfecho quer para um lado quer para outro. Se tal não acontecer, vamos assistir a mais do mesmo, espalhado nas capas dos jornais e nos comentários de programas desportivos na televisão. Informação que realmente importa, portanto!"

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