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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Campanha anti-Benfica

"Daqui a menos de um mês há clássico no Dragão e se até lá a águia não desacelerar no seu voo, quem sair derrotado poderá começar logo a preparar a próxima época...

O presidente da Liga de Clubes ou está em parte incerta ou anda muito ocupado: até agora, que se saiba, nenhuma medida se lhe atribui no sentido de colocar ponto final em alarido sem nexo, nem sequer ter feito uma advertência aos factores da confusão. Como não ouve, nem lê, não pode agir, é claro.
Também precipitada, e se calhar de pouco efeito, se revela a decisão do Conselho de Arbitragem em convocar os clubes profissionais para uma reunião, amanhã, na Cidade do Futebol, quando, vistas as coisas com a ponderação devida, e eliminadas as indignações que fazem parte do catálogo de incidências de cada temporada desportiva, a maior parte deles olha para esta trapalhada com reservas. 
No caso em concreto violaram-se os limites da razoabilidade. Houve ameaças e a necessidade de requerer às autoridades um reforço de protecção como se elas não tivessem mais que fazer senão preocuparem-se em despender tempo e dinheiro com a afectação de recursos suplementares em missões de segurança e vigilância, provocada pelo mau perder de quem, não sendo capaz de provar no recinto de jogo que é o melhor, por marcar mais golos e somar mais pontos, utiliza os árbitros como biombo para esconder os próprios erros. Transferir para um fora de jogo ou um penalty mal assinalado a culpa pelo insucesso em competição de regularidade e de longa duração só convence quem não se importa de viver enganado.

Esta barafunda corresponde a uma sucessão de equívocos que já devia ter sido travada, pela responsabilização de que a tem promovido através de esquemas diversos, valendo-se da fragilidade das estruturas. Não se lhes exige que imponham o silêncio, era o que faltava, mas, no mínimo, pede-se-lhes que actuem disciplinarmente com a firmeza que se impõe, ou a permitida, em função dos constrangimentos regulamentares, quando por actos e palavras se pretende transformar a sã rivalidade entre clubes, a essência da festa do futebol, em luta tribal em que a única regra é o vale tudo para se atingir um fim.
Não há condições para regressar ao tempo do senhor Abel, mas que há vontade nisso, parece que sim. Não por causa de elementos da claque Super Dragões terem tido o atrevimento de ameaçar o árbitro Artur Soares Dias e de este ter apresentado queixa na polícia, o que já é um passo em frente e de grande significação (perdeu-se o medo!), mas pelo grotesco do cenário: intimida-se e logo a seguir pede-se desculpa em directo, como prova de arrependimento espontâneo e sincero, sem antes deixar de transmitir a mensagem pretendida.
Até a Direcção do FC Porto se deu ao cuidado de emitir um comunicado para se congratular «com a posição tomada pela Direcção da claque Super Dragões», elogiando-a por ter manifestado repúdio por «todo o tipo de violência sobre as equipas de arbitragem». Extraordinária arte de comunicar esta...

Em Alvalade, casa do parceiro desta campanha anti-Benfica, porque não é mais do que isso que se extrai desta contestação às arbitragens, a comunicação é menos aprimorada, embora igualmente bizarra. No início do ano novo, em entrevista ao Record, o presidente leonino disse o seguinte:« o Sporting era frontalmente contra o Vítor Pereira. Já não está lá. muitas das coisas que estão a ser aplicadas pelo CA (Conselho de Arbitragem) derivam das propostas do Sporting que, durante muito tempo, foram trabalhadas com a APAF».
Entretanto, uma semana depois,além de prometer apresentar uma exposição junto das entidades competentes, e confessando-se «absolutamente contra qualquer tipo de violência», no calor de uma presidência aberta produziu este mimo de sensatez: « mas podem ter a certeza absoluta de que foi a última vez que o Sporting teve uma intervenção calma, pacífica e ponderada, porque não vamos aturar mais isto».
Isto, é o quê, afinal? Um pouco de várias coisas: promessas por cumprir, falta de títulos, projecto europeu falhado, resultados que entusiasmam pouco, treinador que se julga o melhor do mundo e nunca se engana, perigo de outra época fracassada, eleições daqui a dois meses e o que a imaginação de cada um ajuntar à lista.
No final, como é da tradição, sobra para os árbitros, questão velha e que os clubes jamais quiseram enfrentar com seriedade: ora a ignoram, ora a açoitam. Sendo certo, porém, que, nesta situação particular, o clima vai desanuviar, como já deu para perceber, além deste conluio envergonhado FCP-SCP +para travar o SLB dar sinais de exaustão é que daqui a menos de um mês há clássico no Dragão e se até lá a águia não desacelerar no seu voo, quem sair derrotado poderá começar logo a preparar a próxima época."

Fernando Guerra, in A Bola

3 comentários:

  1. Viatura de adeptos do Benfica destruída por incêndio em Azurém
    Sociedade
    11 de Janeiro, 2017 08:43
    Uma viatura foi destruída pelas chamas, ontem à noite, na Rua da Pedreira, em Azurém.
    Os Bombeiros Voluntários de Guimarães foram chamados pela PSP para combater o incêndio às 21h54. Para o local foram enviados seis homens, apoiados por duas viaturas.

    O monovolume pertencia a um grupo organizado de adeptos do Benfica, que à hora do incêndio estavam a assistir ao jogo com o Vitória, no Estádio D. Afonso Henriques, da Taça da Liga.

    O incidente levou a que cerca de 50 adeptos do Benfica apenas conseguissem regressar a Lisboa perto da 1 hora, da última madrugada.
    A PSP esteve no local e está a desenvolver as devidas investigações para apurar as causas do incêndio.

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  2. http://www.guimaraesdigital.com/noticias/66670/viatura-de-adeptos-do-benfica-destruida-por-incendio-em-azurem
    aqui:

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  3. Mas que bem a verdade nua e crua , essa mesma verdade que é como o azeite bem sempre ão de cima.

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