"A presente crónica não tem, obviamente, nada que ver com política. Vindo de mim não seria pensável, como é sabido, muito menos neste espaço. A revolução a que me refiro tem a ver com a mudança de seis jogadores no onze do Benfica que defrontou e goleou por 6-1 o Vizela na jornada do campeonato do último fim de semana.
Depois de uma exibição cinzenta e pouco conseguida contra o Toulouse em casa, Roger Schmidt fez o que muitos o acusaram de não ser capaz de fazer e mudou mais de metade da equipa, descansando alguns dos titulares indiscutíveis e rodando jogadores. O estranho é que mesmo tento mudado e com a equipa a vencer por 5-0, mal o Vizela reduziu ouviram-se críticas e assobios na Luz. Não sei se os críticos acham que tudo o que seja menos do que golear por 8-0 ou 9-0, pelo menos, é motivo suficiente para expressar insatisfação. Parece-me absurdo, e só compreensível à luz de descontentamentos e desilusões anteriores. Para mais, quando o Benfica é colíder da Liga, tem o apuramento na Liga Europa em aberto, tal como na Taça de Portugal.
Destaques, neste jogo, foram as exibições de Neres e Rafa, para além de uma exibição impecável de João Mário, desta vez a jogar a seis, assumindo-se no seu estilo de jogo de pé para pé como o inteligente “playmaker” da equipa. Com os jovens jogadores e os reforços do mercado de janeiro, a equipa mostra-se apetrechada para o momento muito exigente que aí vem, com jogos europeus e uma sucessão de clássicos e dérbis. Mas, para isso, precisa do apoio dos adeptos e da onda encarnada que, quando a equipa está bem, a empurra para o título."
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