"A Análise Tática Às Novas Dinâmicas No Jogo Das Águias
Uma das coisas mais apontadas a Nelson Veríssimo desde a sua chegada é o aumento de rendimento de Grimaldo e Everton, assim como o consequente desaparecimento de Rafa. O modelo de Veríssimo utiliza os extremos mais abertos e menos por dentro, ao contrário do que Jorge Jesus exigia.
Como em tudo, há o bom e o mau. E se por um lado estamos a ver um Everton decisivo como nunca, conseguimos ver também um Rafa com muito menos protagonismo. A qualidade individual não está em questão. O que está em questão é um modelo de jogo que potencia mais as características da sociedade Grimaldo-Everton.
Outra das dificuldades passa também pela instabilidade da lateral direita do SL Benfica. Rafa raramente tem feito três jogos seguidos com o mesmo lateral nas suas costas e isto é um aspeto importante quando falamos na ausência de dinâmicas nesse corredor.
Aliás, se estivermos atentos, o jogo da equipa do SL Benfica passa muito mais pela ala esquerda do que pela ala direita. Contudo, isso acontece pelo facto da equipa também sentir que, para avançar, a esquerda neste momento é mais favorável.
Rafa tem por hábito vir para dentro e desocupar o corredor direito, pelo que Gilberto, Almeida e Lázaro ainda não conseguiram ser regulares. Tudo isto torna complexa a incursão ofensiva por este lado.
Já na esquerda, a equipa tem em Vertonghen o indicador para iniciar as movimentações. Sempre que a bola chega ao internacional belga, Grimaldo desloca-se no sentido de ocupar zonas interiores e Everton abre para receber. Este tipo de dinâmica já rendeu alguns golos aos encarnados, nomeadamente frente ao CD Tondela.
Não obstante, nem tudo é linear. Se a regra é dar o espaço interior para Grimaldo funcionar praticamente como um médio interior pela esquerda e fazer par com Paulo Bernardo ou João Mário (no 4x4x2 do último jogo) e assim aumentar o número de soluções no ataque, também é certo que se Everton avança no um para um na procura pela linha de fundo, Grimaldo tem como preocupação dar a cobertura no corredor esquerdo para reagir a uma possível perda de bola.
Apesar de tudo, Grimaldo e Everton são duas peças constantes no onze do SL Benfica na última época e meia, por isso também a nível de química de entendimento estarão no patamar superior aos colegas da ala oposta.
Se Grimaldo tem muita capacidade para se associar em progressão – e no corredor central isso é ouro para libertar colegas (golo de Everton frente ao Tondela) -, já Everton adora vir da linha, onde tem mais espaço para decidir a melhor ação a tomar e onde consegue enfrentar de frente o opositor direto.
Poderemos esperar que a partir do momento que a ala direita esteja a funcionar de forma semelhante à esquerda a equipa da águia fique mais forte? É apenas uma suposição. Contudo, o SL Benfica precisa urgentemente de colocar todos os setores a funcionar no sentido de enfrentar o que falta da restante época."
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