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domingo, 7 de junho de 2020

Uma espécie de futebol

"Finalmente voltou o futebol.
Quer dizer.
Uma espécie de futebol.
Mais lento.
Com pouca mobilidade.
Jogadores com mais reacção do que acção. 
A reagirem a estímulos em vez de os criarem.
Era previsível.
Muito passe.
Muito toque.
Poucos rasgos e nenhuma dinâmica.
A menos que marcassem cedo, ou primeiro, para conseguirem gerir.
Ia sempre ser extremamente difícil os candidatos ao título ganharem no recomeço.
E depois o factor mais importante.
A falta de adeptos. De público para levar a equipa para a frente.
Para motivá-la e fazê-la acreditar que é possível.
Para criar uma atmosfera temível e que “intimida” adversários.
Os jogos actualmente parecem treinos.
E poucos são os jogadores que conseguem treinar como jogam.
Adiante.
O FC Porto jogou contra um Famalicão que já não é surpresa para ninguém.
Bem organizado e recheado de valores individuais.
Não que tivesse feito ou criado muitas situações.
Mas porque aproveitou as poucas que os Portistas criaram para si.
Já o Benfica continua a jogar contra o Benfica. 
Jornada após jornada.
É a sensação que dá o actual futebol encarnado.
A Pandemia não passou pelo Seixal.
Já a Letargia vive no Centro de Estágio encarnado há muito tempo.
Falta chama a este futebol de cinzas.
E já não podem fazer o truque que tão bom resultado deu o ano transacto.
“O renascer da Félix”.
É preciso arranjar outra Félix este ano.
Vai ser equilibrado até ao fim.
Este campeonato não vai ser ganho pela melhor equipa.
Mas sim pela equipa menos má.
Agora o Sporting.
Mais do que ideias ou um novo modelo.
Amorim trouxe uma nova filosofia.
Com a prata da casa ninguém se preocupa com resultados.
É estranhamente verdade.
Se jogarem 5 ou 6 miúdos da Academia.
Um empate em Guimarães que antes era mau.
Agora é menos mau. E o futuro vai ser muito isto.
Existe mais verdade e realidade nos objectivos que podem ser atingíveis.
E isso retira pressão aos miúdos.
E se como assumido candidato o Sporting não seria campeão.
Como outsider pode intrometer-se na luta.
Existe mais noção do caminho.
E acredito eu que mantendo a estratégia de comunicação o próximo ano possa ser risonho.
Para finalizar as agressões aos jogadores na chegada ao Seixal.
E as casas vandalizadas.
A violência.
A intimidação.
A coação.
Não mete ninguém com vontade de correr mais.
Ou talvez meta.
Mas para fora do clube."

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