"Na altura em que escrevi, ainda não se conheciam os primeiros resultados desta singular 'fase final', de uma não menos original época de 2019-2020 que, no Benfica, todos esperamos venha a ficar registada para a memória colectiva como o 'Campeonato do #38'.
Isso seria bom; muito bom sinal. Em primeiro lugar, significaria que, afinal, depois de tantos sustos, teriam acabado por se tornar reais e produtivos os sinceros votos de boa saúde que se ouviram de muitas partes (excepto de uma...); desejos de boa saúde, no plano individual e, sobretudo, de generalizada saudinha da grada, na esfera colectiva. E, em suma, denotaria que, neste transe, a boa saúde teria defendido especialmente os nossos queridos atletas (mas igualmente toda a sociedade portuguesa) de piores males que não se desejavam a ninguém.
Mas, depois, o '#38' também constituiria indesmentível sinal de que o fantástico esforço de contenção que nos foi exigido pelas circunstâncias - ainda que pessoalmente afastados do cheiro da relva - não nos impediu de criar, desenvolver e manter essa mágica corrente de apoio em torno da nossa Equipa de elite a que chamamos 'Mística do Benfica', sempre espontaneamente convocada nos momentos mais decisivos do nosso passado Glorioso. Se daqui a sete/oito semanas o desfecho vier a ser aquele que ansiamos, isso quererá dizer que os rapazes da 'camisola vermelha' que jogaram (confinados) por nós, nos dez irrepetiveis jogos, terão sentido e vivido mesmo a mesmíssima extrema confiança que todos queríamos ter-lhes manifestado de viva voz, como 'Benfica! Benfica!' aos ouvidos, em todos os lances de cada uma das finais que se terão jogado.
Esta irreprimida confiança Benfiqusita acentuou-se mais ainda no espírito dos Benfiquistas no serão da passada terça-feira, com o face a face do Presidente do Sport Lisboa e Benfica e Hélder Conduto, testemunhado por centenas e centenas de milhares de espectadores que seguiam o sinal aberto da BTV. Com efeito, Hélder Conduto voltou a patentear na ocasião toda a classe do seu Jornalismo de excelência, sempre determinantemente destinado em casos destes, a mediar as verdadeiras expectativas dos Públicos. E Luís Filipe Vieira, inteiramente seguro de si e com a consciência de quem na hora própria souber usar a experiência e os inigualáveis recursos estruturais reunidos nos últimos anos para vencer a terrível adversidade, correspondeu com notável à-vontade a todas as difíceis questões do Jornalista. Todas as partes ficaram a ganhar com este serão de Televisão. Primeiro, os Benfiquistas, esclarecidos com a consistência das respostas à crueza das perguntas. Depois, o Presidente, que soube aproveitar devidamente um ensejo tão especial para transmitir reflexões e curiosidades de um tempo histórico do Clube e da sociedade portuguesa. E por fim, a própria BTV que, apesar das limitações operacionais do período (de resto pontualmente sentidas na emissão), voltou a provar à saciedade ser, de facto, o mais adequado meio para Todas as comunicações do Presidente Luís Filipe Vieira: assinalem-se todas as réplicas que a entrevista obteve, no dia seguinte, nos minutos e minutos de Televisão e das Rádios, assim como as primeiras páginas e seguintes, de toda a Imprensa generalista e especializada, nacional e regional.
No actual panorama concorrencial da TV portuguesa, mais uma vez ficou patente que nenhuma entrevista que Vieira conceda a uma das três 'grandes' estações (ou à 'outra') pode beneficiar da isenta replicagem a que Todas elas se veem obrigadas sempre que o Presidente do Benfica fala através da BTV. O resto é conversa fiada."
José Nuno Martins, in O Benfica
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