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quinta-feira, 9 de abril de 2020

Vem aí o dilúvio?

"No caso português, cortadas as suas principais fontes de alimentação, receitas televisivas e bilhética, os clubes portugueses, não só os principais, viram-se agora para o céu à espera do milagre que nunca irá surgir.

Por arrastamento da crise que o país e o mundo atravessam, e que toca toda a sociedade, o futebol caminha inexoravelmente para um beco de difícil saída. É verdade que só no futuro poderá ser feita a avaliação dos estragos causados por momentos tão perturbadores como aqueles que todos vivemos. 
No entanto, é já possível olhar para um panorama desolador, para o qual os responsáveis nacionais, europeus e mundiais vão ter muita dificuldade em encontrar uma saída.
No caso português, cortadas as suas principais fontes de alimentação, receitas televisivas e bilhética, os clubes portugueses, não só os principais, viram-se agora para o céu à espera do milagre que nunca irá surgir.
O ter andado durante muitos anos a navegar ao sabor das ondas, sem necessidade de manobras radicais, deixa o futebol nas mãos do acaso.
E o acaso nunca foi, nem bom aliado nem bom conselheiro. Os dirigentes têm agora sonos mais breves e passam noites a imaginar mecanismos para sair de uma situação que também a eles vai arrastar para as proximidades do abismo: fica aí por se saber em que direcção será dado o seu próximo passo.
A maior prova da desorientação que invadiu os responsáveis fica à vista quando os ouvimos fazer previsões sobre as medidas que hão-de ser tomadas no imediato.
Em boa verdade ninguém se entende: basta recordar o que disseram o presidente da Liga de Portugal, o presidente da UEFA e outros parceiros internacionais.
Para quem assiste ao desfile de factos que confirmam o perigo que envolve o futebol mundial não sobram muitas dúvidas: o futebol, nos seus mais variados aspectos, nunca mais será como até aqui e, no imediato, a reatamento das competições é ainda miragem, que não vai passar disso nos meses mais próximos. 
Não vale a pena remar contra a maré: como o conhecemos, o futebol poderá ter acabado.
Será por isso necessário buscar novas fórmulas, mas certamente com outros protagonistas, mais adaptados às circunstâncias que vai gerar."

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