"Apesar da baixa estatura, Palmeiro agigantava-se perante equipas estrangeiras
Palmeiro ingressou no Benfica em 1953. O extremo começou por jogar pelas reservas, onde se destacou ao vencer a Taça Imprensa, merecendo a chamada à equipa de honra dos 'encarnados'. A estreia aconteceu a 25 de Dezembro desse ano, num jogo particular frente ao Independente. O nervosismo fez com que não conseguisse demonstrar todas as suas capacidades. Ainda assim, dois dias depois, voltaria a merecer a confiança do treinador Alfredo Valadas, contra o Boca Juniors. Apesar da derrota por 1-0, Palmeiro evidenciou-se e mereceu elogios por parte dos adversários: 'Magnífica equipa do Benfica. Defende-se muitíssimo bem e possui alguns elementos que me agradaram imenso, como o n.º 8 (Palmeiro)'. O jogador agarrou a titularidade e na temporada seguinte contribuiu para a conquista do Campeonato Nacional e da Taça de Portugal, a segunda dobradinha da história Clube.
Rápido, com excelente qualidade técnica, o extremo era encarado como um dos melhores jogadores jovem portugueses, cada vez mais determinante no futebol ofensivo benfiquista. Em Abril de 1956, a imprensa pedia a sua convocação à selecção nacional: 'Se o público e a crítica mandassem, já tinham incluído Palmeiro na selecção, não por mera simpatia, mas por uma questão de direito e justiça'. Poucos meses depois, o seleccionador nacional, Tavares da Silva, concedeu-lhe a primeira internacionalização. Na sua estreia, a 3 de Junho, frente à Espanha, realizou uma excelente exibição e apontou os três golos da vitória dos portugueses por 3-1. A imprensa ficou rendida: 'Palmeiro, o herói deste inesquecível encontro, no seu estilo veloz, ágil e habilidoso, foi admirável do primeiro ao último minuto, afirmando um conjunto de predicados para além do simples elogio de grande vontade e enorme apego, se traduz melhor por uma só palavra - classe'. Ribeiro dos Reis, em A Bola, sintetizou a sua prestação: 'Tirando excelente partido do afundamento do defesa direito espanhol, dobrou-o como quis e pôde caminhar frequentemente para a baliza, espalhando o pânico à sua volta'. O dia tornou-se memorável tanto para o jogador como para a sua família. Orgulhosa, a avó felicitou-o pela fantástica prestação: 'Dezenas de pessoas correram a nossa casa para nos dar os parabéns. Toda a vila vibrou de satisfação e não calculas a alegria e contentamento que deste aos teus queridos pais'.
A 19 de Setembro de 1957, assinalaria outro marco frente a equipas estrangeiras, ao tornou-se no primeiro jogador do Clube a marcar na Taça dos Clubes Campeões Europeus, frente ao Sevilha.
Saiba mais sobre este e outros jogadores do Benfica que representaram as suas selecções nacionais na área 20 - Águias-Mores do Museu Benfica - Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica
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