"Abril de 2020, futebol suspenso. Não havendo melhor, vemo-nos obrigados a rever momentos em que a euforia do futebol diminuía “o peso da cadeia enorme arrastada em comum por todos os viventes”, como escreveria Victor Hugo. Recuemos então até Abril de 2016, mais precisamente até dia 13 do quarto mês desse histórico ano para o futebol português.
No Estádio da Luz, as águias de Rui Vitória recebiam os pupilos de Pep Guardiola com a ilusão da passagem às meias-finais da Liga dos Campeões intacta, fruto da derrota pela margem mínima “alcançada” na Allianz Arena, na Baviera. Um golo madrugador de Arturo Vidal havia sido a única mossa impressa nos encarnados portugueses pelos encarnados alemães na primeira mão.
A tarefa era hercúlea, mas o objectivo era claro: marcar primeiro, marcar cedo. Confere, confere (mais ou menos). Após uma boa entrada na partida, ainda que inócua, as águias chegam ao golo da igualdade (da eliminatória) aos 27 minutos, através de um cabeceamento certeiro da arma secreta, Raúl Jiménez, em correspondência a um cruzamento longo endereçado por Eliseu.
Explosão de alegria e a ilusão a transmudar-se em crença. Um golo mais significava a vantagem na eliminatória, contra todas as expectativas. Um golo sofrido, no entanto, significava que as meias-finais ficavam à distância de dois golos. Dez minutos volvidos e golo… forasteiro. O Matador de Munique ataca novamente e faz pender a eliminatória novamente para o lado bávaro.
Intervalo. SL Benfica 1-1 (1-2 no agregado) Arturo Vidal. Com apenas 45 minutos para dar a volta à situação e a dois golos de distância de tal desiderato, a missão voltava a parecer inexequível. Todavia, a crença benfiquista não havia esmorecido durante o repouso. Aos 52 minutos, no entanto, Thomas Muller colocou essa mesma crença à prova, apontando o segundo golo dos alemães na partida e o terceiro na eliminatória.
Talvez não a tenha abatido, mas por certo abalou-a. O único antídoto para o veneno alemão era uma reação pronta. Necessitava-se um golo benfiquista o mais brevemente possível. Tardou. Tardou demasiado para que a crença esmorecida pudesse ser reavivada com o balançar das redes à guarda de Neuer.
Chegou apenas aos 77 minutos do pé esquerdo de Anderson Talisca. O brasileiro bateu um livre directo irrepreensível e não deu hipóteses ao guardião então campeão mundial de selecções. Nova explosão de alegria. Contudo, creio ser seguro asseverar que nenhum adepto acreditava que as águias de Vitória apontassem outros dois golos em 13 minutos – mais descontos – a uma das cinco melhores equipas do Mundo.
Na vitória ainda acreditavam. Uma vitória por 3-2 frente aos campeões alemães não daria a passagem aos então bicampeões lusos, mas renovaria a esperança numa equipa que na época em questão já havia perdido por três vezes – uma delas por 0-3 – frente ao Eterno Rival e, nessa temporada, rival directo Sporting CP.
Não aconteceu. O empate a duas bolas imperou até final e o FC Bayern Munique seguiu para as meias-finais. O SL Benfica não seguiu esse trajecto, mas “arrepiou caminho” para o tricampeonato. Os confrontos com os bávaros – em particular o jogo disputado na Luz – foram, pese embora os resultados, dois dos momentos altos da época 2016/2017 da equipa de Rui Vitória. O estilo defensivo e nada vertiginoso do timoneiro benfiquista, tantas vezes criticado (com razão), serviu-lhe bem nos confrontos com Guardiola.
Pouco resta desse Benfica. Do onze inicial, apenas André Almeida, Jardel, Pizzi e Fejsa (actualmente emprestado) estão ainda ligados ao clube. Ederson foi capturado pelo então treinador dos bávaros, Renato Sanches foi-o pelos próprios e os restantes foram perdendo o seu espaço. Rui Vitória deu lugar a Bruno Lage. Muito mudou, pouco resiste. A memória deste jogo resiste. Para que perdure, o melhor é revisitar aquela que foi das melhores exibições do Benfica de Rui Vitória e do Benfica da década transacta.
O jogo:
https://footballia.net/matches/sl-benfica-bayern-munchen
XI Inicial e Substituições
SL Benfica: Ederson, André Almeida, Lindelof, Jardel (C), Eliseu (Jovic, 88′), Fejsa, Pizzi (Gonçalo Guedes, 57′), Renato Sanches, Mehdi Carcela, Toto Salvio (Talisca, 68′), Raúl Jiménez.
FC Bayern: Neuer, Lahm, Kimmich, Alaba, Martínez, Xabi Alonso (Bernat, 90+1′), Vidal, Thiago Alcântara, Douglas Costa, Ribéry (Mario Gotze, 90+3′), Muller (Lewandowski, 84′)."
El fútbol está ampliamente desarrollado e influyente en el mundo de hoy, y se considera el deporte número uno del mundo. Es el deporte con más glamour del mundo. Tanto el Bayern como el Benfica se desempeñaron muy bien en este juego, y la fuerza de los dos equipos es igual.
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