"Esta semana pensei em exultar de alegria e orgulho pelo excelente percurso da nossa equipa; agradecer o excelente trabalho de Renato Paiva e seus adjuntos; elogiar o talento ímpar, em quantidade inusitada, deste grupo; relembrar que esta geração, há dois anos, venceu categórica e invictamente o campeonato de iniciados; e, finalmente, criticar a desfaçatez com que certos palermas mal-intencionados tentaram criar a ideia de que o Benfica, por ter 14 atletas no Campeonato da Europa de sub-17 e fazer da formação um dos seus bastiões, condiciona ilegitimamente as convocatórias das selecções nacionais.
Seria uma crónica simples e julgo que eficaz quanto à afirmação de um ponto de vista. Mas há que retirar algumas lições, das quais saliento duas.
A primeira remete para a abordagem às competições. Nesta época, o Benfica adoptou a política na formação que me parece a mais adequada: os jogadores subiram de escalão para aprimorarem as suas qualidades, mas disputaram as fases finais da sua faixa etária. Não por acaso, voltámos a ser campeões nos juniores, o escalão mais 'prejudicado' pela primazia dada ao desenvolvimento individual. Estou convicto de que o talento existente no Seixal nos últimos anos poderia ter resultado em mais títulos, embora o mais importante seja formar atletas. Porém, o ligeiro ajuste da utilização de jogadores em prol da conquista de campeonatos nunca será um retrocesso.
A segunda tem um âmbito mais alargado, mas que resumirei a uma frase. As narrativas falsas criadas com o intuito de condicionarem a competição desportiva não resistem à superioridade patenteada em campo. A procura dessa superioridade será sempre a melhor arma para o combate à ignomínia."
João Tomaz, in O Benfica
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