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terça-feira, 25 de novembro de 2025

O luto do Liverpool não acaba


"O Liverpool caiu para a segunda metade da tabela da Premier League. Parece impossível como o campeão, que na época passada fez de casa a sua fortaleza, que pegou na liderança à 10.ª jornada para não mais a largar, fez milésimas reviravoltas, este ano esteja a ter um aproveitamento tão pobre. Duas derrotas em casa, 6 ao todo na Premier League, 8 no total da época.
O que mudou de lá para cá, e quando? É fácil. Foi em julho.
A isto chama-se luto e é muito diferente daquele realizado pela família. Parece bastante evidente que o clube, e sobretudo os jogadores, que começaram a época com um funeral, não conseguiram completamente ultrapassar o vazio deixado pela ausência de Diogo Jota como amigo e companheiro, e o peso de uma ausência sempre presente, seja no memorial fora do estádio, nas homenagens nos jogos, a cada minuto 20, ou até nos programas de jogos dos adversários, em que é incluído na equipa. O lugar residente no balneário dá-lhe a importância que granjeou na equipa, marca uma presença acompanhada de dor. Poderia o clube ter gerido a situação de outra maneira? Como não elevar um jogador tão relevante e, sobretudo, tão querido na equipa? Não há muitos exemplos para estudar este tipo de situação, felizmente, por isso o Liverpool tem feito o melhor que pode.
Ainda na semana passada o tema voltou, suspeitando-se que nunca tenha ido embora. Assim que, 28 anos depois, a Escócia garantiu acesso ao Mundial 2026, e num momento de intensa felicidade, Andy Robertson abriu o coração e falou de Jota na entrevista rápida, confessando que tinha pensava no amigo perdido nas horas antes do jogo, nas conversas que tiveram quando o português falhou presença no Mundial do Qatar por lesão, tal como Robertson por a Escócia... «nunca ir».
A equipa venceu apenas 3 dos últimos onze jogos e o treinador Arne Slot assumiu que a equipa continuava afetada pela morte de Jota, desaparecido de forma violenta num acidente carro com o irmão André Silva a 3 de julho, não a queria usar como desculpa para maus resultados, mas afirmou que era impossível medir como a ausência de Jota se refletia nos jogadores.
«Acho que é bom lembrarmo-nos dele sempre que possível, pela pessoa e pelo jogador que era. Mas é impossível medir o que isso faz aos jogadores e, depois, o que isso faz aos nossos resultados. A última coisa que eu faria seria usar isso como desculpa, porque simplesmente não sei, e não é correto. O que sei é que sentimos falta do jogador e também sentimos falta da pessoa. Mas não consigo medir que impacto isso tem nas nossas exibições, quanto mais nos resultados. Isso é impossível de dizer. Desta vez não conseguimos recuperar tantas vezes como na época passada, depois de estarmos a perder por 1-0 ou por um golo, e ele teve, sem dúvida, o seu papel nisso na época passada. Mas a mulher e os filhos dele vão sentir muito mais a falta dele», confessou o treinador.
A Seleção Nacional, é certo, não se reúne todas as semanas, mas parece ter conseguido integrar a presença de Jota com o +1 desde que retomou a qualificação para o Mundial. A passagem do número 21 para Rúben Neves foi, para mim, uma ideia feliz, e até houve um golo marcado nesse minuto. O luto vem em ondas, diz-se, e Robertson foi claramente atingido por uma em dia de grande felicidade na sua carreira internacional. Agora, Portugal e Robertson vão levar Jota ao Mundial, mas o escocês e os companheiros de Anfield terão ainda algum trabalho pela frente, e terão de o fazer a cada semana, à frente de todos."

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