"Portugal pode hoje fazer história no Mundial sub-17, se conseguir apurar-se para a final onde nunca uma Seleção Nacional da categoria conseguiu estar
Bino Maçães tinha 16 anos e era um dos titulares, ao lado de Luís Figo e Emílio Peixe, da Seleção Sub-17 que, em junho de 1989, conseguiu a maior proeza de sempre da categoria em Campeonatos do Mundo: 3.º lugar no Mundial organizado pela Escócia, equipa que eliminara as Quinas na meia-final. Portugal vivia uma era de ouro na formação: sagrara-se campeão do Mundo sub-20 nesse mesmo ano, em março, em Ríade (Arábia Saudita); voltaria a conquistar esse título em 1991, em Lisboa, num Estádio da Luz a abarrotar com 130 mil pessoas.
São estes dois os únicos troféus mundiais da história do futebol português. Desde então, ou seja, desde 1991, nem mais uma taça do Mundo para o nosso País no chamado desporto-rei. É por isso que a meia-final do Mundial sub-17 que, esta tarde, no Qatar, põe frente a frente Portugal e o Brasil representa um dos momentos mais importantes da história do nosso futebol. Pela frente, a equipa de Bino Maçães, agora como selecionador, 37 anos depois de ali ter estado como jogador, tem a possibilidade de ser a primeira do escalão a chegar a uma final de um Campeonato do Mundo.
E o que até agora se viu... permite acreditar. O Brasil será adversário duro, talvez o mais duro que os jovens portugueses encontraram pelo caminho, mas como não acreditar que chegou a nossa hora, depois das cinco vitórias em seis jogos — a única derrota foi com o Japão, no último duelo da fase de grupos para o qual Portugal entrou já qualificado para os 16 avos —, depois dos 22 golos apontados e apenas quatro sofridos nesses mesmo seis duelos e depois das exibições cheias de personalidade, classe e talento de meninos como Anísio Cabral, melhor marcador da competição com seis golos, Romário Cunha, Daniel Banjaqui, José Neto, o capitão Rafael Quintas ou Mateus Mide.
Para trás, ficaram seis duelos: Nova Caledónia, 6-1; Marrocos, 6-0; Japão, 1-2; Bélgica, 2-1; México, 5-0; e Suíça, 2-0. Para que o sonho destes meninos, que no passado dia 1 de junho estavam a celebrar a conquista do Europeu sub-17, se torne realidade, faltam apenas dois. O primeiro é contra o Brasil, nas meias-finais, já esta tarde, às 16h00 — a hora de Portugal.
Espera-se, por cá, que o segundo seja aquele que será disputado mais tarde na próxima quinta-feira: o da final do Mundial sub-17, jogada horas depois da partida de atribuição do terceiro e quarto lugares."

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