"Não há como escamotear a questão: deixar fugir para o eterno rival a Taça de Portugal e o Campeonato em apenas cinco dias foi duro, muito duro.
Após a brilhante conquista do título de 2022/23, e da Supertaça diante do FC Porto a abrir a nova temporada, todos esperávamos bastante mais da nossa equipa. O que é facto é que as coisas nem sempre correram da melhor forma, e chegámos até aqui eliminados das taças e demasiado longe do 1.º lugar no Campeonato - o que no Benfica não é, nem pode ser, normal ou aceitável.
È preciso desde logo ressalvar que não foi nestes dois jogos com o Sporting que a temporada nacional ficou comprometida. Teremos vistos até, nesse duplo confronto, a melhor faceta do Benfica 2023/24. Merecíamos uma vitória na partida da Luz, e, pelo menos, o empate na de Alvalade. Na Luz tivemos razões de queixa da arbitragem, em Alvalade a sorte não quis nada connosco. Em ambos os casos os resultados não foram fiéis às exibições. Em ambos os casos vimos uma equipa lutadora, que tudo fez para superar o infortúnio, e bem mereceu os aplausos que ouviu no final.
Houve, porém, momentos da temporada em que a irregularidade exibicional nos fez pegar um preço elevado. Houve também reforços que não se adaptaram. Outros que demoraram a fazê-lo. E as saídas de Grimaldo e Gonçalo Ramos acabaram por se tornar muito penalizadoras para o modelo de jogo de uma equipa que demorou demasiado tempo a encontrar-se.
Resta-nos a frente europeias. Se ultrapassarmos o Marselha e chegarmos às meias-finais, podemos salvar a época. Se chegarmos a uma final, estaremos a escrever histórica. Se conquistarmos a Liga Europa, veremos um sonho de várias gerações concretizado.
Não há que olhar para o lado, e muito menos para trás. Foco total na campanha europeia, que isto ainda pode acabar em grande."
Luís Fialho, in O Benfica
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