"Benfica ainda apanhou dois sustos, mas justificou plenamente a passagem aos quartos
Desligados e longos
1. Fiel à identidade que está a tentar construir mas também percebendo-se que há uma hierarquia de objectivos, Bruno Lage apresentou um onze com muitas novidades, com destaque para a estreia de Jota. Com o resultado de 1-0 e sabendo que a atitude do adversário seria defensiva, o Benfica tentou ultrapassar o Dínamo sem colocar em questão o seu principal horizonte, o campeonato nacional. Mas não correspondeu na primeira parte, com a equipa, sem largura, a ser incapaz de fazer jogo exterior. Os encarnados apresentavam-se desligados no último terço, demasiado longos, com pouca criatividade, sem criar ocasiões de golo. E com pouca presença na área.
O Dínamo ainda tentou pressionar a primeira fase de construção da águia, mas quando não conseguiu baixava imediatamente. As excepções nesta fase do jogo foram Pizzi e Rafa, com o Benfica a ganhar maior largura quando Pizzi aparecia num dos flancos. Face a este cenário, o Dínamo sentia-se confortável, com Dani Olmo a revelar qualidade e a tentar o desequilíbrio.
Um livre em movimento
2. Bruno Lage percebeu que para a segunda parte tinha de ir buscar os actores principais e chamou Jonas e Grimaldo, aos quais mais tarde se juntou João Félix. Coincidência das coincidências, Jonas marcou um excelente golo e Grimaldo executou um livre em movimento. Com a entrada destes dois jogadores toda a equipa melhorou, os níveis de intensidade subiram, houve maior pressão, o Benfica não deixou o adversário respirar. Assim, este período foi de autêntico domínio territorial, embalando para uma exibição mais acutilante mas nem sempre esclarecida. No entanto, os encarnados apenas fizeram um golo e acabaram por ir a prolongamento, no qual resolveram a partida. O Benfica ainda apanhou dois sustos mas justificou plenamente a passagem, sobretudo face à exibição da segunda parte.
Um Rafa de Ferro
3. Em termos de destaques individuais, nota para a exibição de Ferro, que fez um passe para Pizzi, que posteriormente assistiu Jonas para o primeiro golo e fez o segundo de forma extraordinária. Julgo estarmos na presença de um grande central, sóbrio. Além disso, Pizzi, pela exibição que fez, merecia um golo e Rafa está num momento muito bom, destacando-se a profundidade que dá à equipa e a velocidade com bola. Grimaldo também esteve muito bem, tal como Jonas. No fundo, colectivamente, após duas exibições menos conseguidas, o Benfica na segunda parte regressou ao passado recente daquilo que tem sido a era Bruno Lage."
Vítor Manuel, in A Bola
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