"Tenho tanta vontade de escrever a crónica desta semana como de ser trancado durante duas horas num quarto escuro com 20 crocodilos.
E talvez a aventura com os crocodilos fosse menos dolorosa, pelo menos psicologicamente. Isto, porque me apercebi de uma situação que julgava ser impensável: a equipa do Benfica é composta por seres humanos. É verdade, amigo leitor. Aquele grupo de rapazes que virou de 0-2 para 4-2 frente ao Rio Ave num piscar de olhos, que despachou pelo mesmo resultado o Sporting em Alvalade, números que até foram lisonjeiros para os leões, que goleou o Nacional por 10-0, e que foi ao Dragão buscar a liderança da Liga como se tivesse ido ao café buscar pão, é afinal um conjunto de comuns mortais.
É uma pena, porque eu já imaginava o Benfica a disputar competições interplanetárias em Marte e Júpiter. Seriam deslocações incríveis com toda a certeza, mas ao que parece este Benfica é mesmo deste planeta. Se, há uns meses, os jogadores se encarregaram de provar aos adeptos que podem confiar na equipa, agora chegou a hora de os adeptos provarem à equipa que podem confiar nos adeptos. Quando o Odyseeas sofrer um golo, quando o Rúben Dias falhar um passe, sempre que alguém cometer um erro, os adeptos têm, não o dever, mas a obrigação de incentivar, aplaudir, apoiar.
Se recuarmos à etapa final de qualquer um dos anos do tetra, percebemos facilmente que as conquistas apenas foram possíveis pela total simbiose entre adeptos e equipa. Faltam 9 finais, e temos de remar todos para o mesmo lado. Caramba, já tenho saudades de jogar ao quem-será-o-jogador-a-ficar-mais-bêbado-no-marquês."
Pedro Soares, in O Benfica
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!