"O VAR tem verbo.
E como o VAR chega sempre depois do acontecimento ele fala no passado.
Todos os adeptos do futebol português já decoraram o verbo VAR. Sabem de cor a conjugação desse pretérito perfeito que ele é.
Se por um acaso veio aqui parar vindo de outro planeta, o verbo do VAR é assim.
Eu vi
Tu viste
Ele não viu.
Nós vimos
Vós vistes
Eles não viram.
Já o escrevi e repito: sou a favor da introdução do VAR.
Já o escrevi e repito: é óptimo para o resultado e péssimo para o jogo.
O VAR também é óptimo para os árbitros. E, ao mesmo tempo, péssimo para eles - para a parte deles que é incompetente.
Podia ser outro qualquer - não houve campo na Liga que não tivesse seu caso -, mas lembro-me, assim por exemplo, de um jogo em Alvalade de um lance numa área. O árbitro principal foi à linha lateral ver as imagens, que contrariavam o que tinha assinalado.
Eu vi
Tu viste
Nós vimos.
Vós vistes
Eles viram
(Ah) Ele não viu.
E o que era de facto uma coisa afinal foi outra.
Portanto, usa-se o verbo do VAR também quando se quer falar de competência na arbitragem nacional.
Eu não vejo
Tu não vês
Ele não vê.
Nós não vemos
Vós não vedes
Eles veem.
Presente do indicativo perene no futebol português.
Enquanto assim for, enquanto tivermos apenas dois ou três árbitros de bom nível (você está na minha opinião) a usar uma óptima ferramenta, por muito claro que possa vir a ser o protocolo, o VAR nunca passará da condição de futuro do pretérito com que foi idealizado e chegou a Portugal.
Eu veria, tu verias, ele veria…"
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