"1. Há quem lhe chame bazófia. Outros preferem bravata, fanfarronice, farronca, embuste, empáfia, prosápia, ou mesmo charlatanaria ou paparrotice. Por mim é igual. São palavras giras. Geralmente, os autores dessas tais jactâncias, caem no ridículo como se caíssem num pântano de areias movediças. E o ridículo pode não matar, mas cola-se ao corpo como uma mancha de óleo e não há terebentina que a apague.
2. É vê-los, nos pim-pam-puns das televisões e dos jornais: sabem tudo! Arvoram-se em directores-desportivos, em presidentes de clubes, me treinadores e até em médicos. Falta a muitos deles inteligência e alfabetização, mas sobra-lhes uma falsa sapiência que atinge as raias da loucura. Se fossem simplesmente loucos, dava-lhes todo o valor. Mas como não passam de mais actores em peças de teatro miseráveis, mudo de canal ou viro a página.
3. Quem se vangloria sujeita-se a que, em público, o acusem de mentiroso. A decrepitude pode ser encarada com nobreza, porque a idade a todos corrói, ou pode ser vivida de forma grotesca. É uma opção de cada um de nós. Há gente que publica livros e não sabe alinhar uma frase de forma decente, nem de viva voz. Mas, pelos vistos, domina a mentira na sua versão oral e escrita. Versões pelintras de uma opulência mitifica. Ou, bem à portuguesinha, «Olariló Pistaré! O fado do 31!»"
Afonso de Melo, in O Benfica
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