"Umas semanas antes, naquele mesmo pavilhão, os nossos haviam sido insultados por uma turba ululante que distingue o momento da vitória do momento da derrota pela dose de insultos utilizados. Um dia antes, naquele mesmo pavilhão, os nossos viram o rinque invadido por um punhado de criminosos que, impunemente, perseguiram e agrediram benfiquistas que apenas queriam ver uma meia-final europeia entre o Benfica e o Barcelona. Poucas horas antes, os responsáveis do nosso Benfica viram-se obrigados a anunciar medidas drásticas para que nos garantissem coisas tão simples como segurança para os adeptos e atletas benfiquistas.
Ou seja, teve de se chegar a medidas extremas para que se conseguisse aquela coisa extraordinária de se cumprir a lei naquele pavilhão. Depois, num ambiente infernalmente hostil, mas com árbitros estrangeiros, jogou-se hóquei em patins de forma honesta, e foi quanto bastou para que, naturalmente, tenha acontecido Benfica. Naquela stickada do Diogo Rafael estava uma vitória na Taça dos Clubes Campeões Europeus de hóquei, frente a um adversário que jogava na sua própria casa. Naquela stickada épica, do meio do rinque, estava uma vitória do Benfica, à Benfica, de forma limpa e inequívoca. Simbolicamente conquistada no mesmo pavilhão em que, no ano passado, a nossa equipa de basquetebol conquistou o campeonato nacional. Naquela stickada estava a percepção de que aquela vitória começara a nascer na vontade indómita de provar que não há que temer tigres de papel.
Naquela stickada estava a certeza de que o caminho do Benfica só pode ser este: nunca dobrar nem vergar perante os que fazem do desporto um espaço de violência, ameaças e corrupção. Ou seja, naquela stickada está bem mais do que um merecido e justo título de Campeões Europeus."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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