"Sempre tive dúvidas sobre a existência de uma Liga de Clubes. Não enquanto instituição defensora dos clubes e da salvaguarda dos respectivos direitos e deveres, mas antes como se desenvolveu.
Em grande parte, na sua génese esteve propósitos de legitimação de poderes pessoais, desportivos e zonais que orbitam no futebol, que crescentemente lançaram confusão no que deveria ser sempre cristalino.
Hoje, a Liga deixou de ter qualquer poder na área da disciplina e justiça, não comanda o sector da arbitragem, é inconsequente na gestão dos direitos televisivos e, por fim, foi dominada pela obsessão de alargamentos inconsequentes das competições.
Aproveitando a boleia da decisão sobre o Boavista, reincide-se no inchamento. Num país de rastos, com diminuição assinalável da bilheteira e publicidade, com a maioria dos clubes com enormes dificuldades em solver os seus compromissos, e em particular os salários, com a conivência formal no faz-de-conta da normalidade, institucionaliza-se a pobreza alargada e conflitua-se com a Federação.
Para isso, decreta a impossibilidade de se jogar uma temporada com um número ímpar (17) de clubes (caso o Boavista consiga as condições de regresso), como se isso fosse uma heresia aritmético-futebolística. Não satisfeitos os clubes - decidindo em causa própria por proposta de um presidente que ascendeu ao lugar em função dessa mesma causa - resolvem desvirtuar a verdade desportiva com uma inconcebível liguilha decidida a 5 jornadas do fim do mesmíssima época.
Este modelo chegou ao seu estertor. Reduza-se a Liga ao quer sempre deveria ter sido. Tudo ficava mais claro e lógico."
Bagão Félix, in A Bola
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