Últimas indefectivações

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Sabe tão bem um bombom assim para enganar a fome


"No jogo entre o mau e o menos mau, o Benfica ganhou, sim, mas teve mais uma exibição cinzentona. Ferido no orgulho, Ajax foi melhor e o que valeu à águia foi a desinspiração na hora de finalizar

AMESTERDÃO — Encostado à parede pelo miserável arranque na Liga dos Campeões e condenado a ter de vencer para ainda acalentar o sonho de, a partir de fevereiro, continuar na competição, o Benfica encontrou o melhor adversário possível para somar os primeiros pontos. José Mourinho colocou de parte o sistema de três defesas que ensaiou na Taça de Portugal e recuperou o 4x2x3x1 que mais tem utilizado, com António Silva a voltar a ganhar o lugar a Tomás Araújo, muito displicente no Restelo, e Leandro Barreiro como muleta de Pavlidis.
A águia apareceu solta e a querer, desde cedo, pegar no jogo, assumindo a bola e empurrando os neerlandeses para trás. Num canto erradamente assinalado - havia fora de jogo de Leandro Barreiro no lance antecedente -, Ríos foi às alturas fazer o primeiro cabeceamento, Jaros defendeu para a frente e deixou a bola mesmo a jeito do míssil de Dahl, que só parou no ângulo superior direito da baliza. Estava feito o mais difícil para a águia, que a partir daqui tinha o jogo na mão para o controlar frente a um Ajax que está longe, muito longe de ser a equipa temível de tempos passados.
Logo depois do golo, Pavlidis dispôs de nova boa chance e foi tudo o que o Benfica mostrou na primeira parte de Amesterdão, não capitalizando as várias perdas de bola em fase recuada do Ajax, em clara crise de confiança e com o assobio dos adeptos sempre ao virar da esquina. Daí em diante, a equipa de Fred Grim, ferida no orgulho por ter entrado para o jogo com apenas uma (!) vitória nos últimos nove jogos, tomou conta do jogo e o Benfica foi-se deixando encostar aos primeiros 30 metros à frente de Trubin.
Aos 33' o ucraniano opôs-se com qualidade a bom desenho ofensivo do Ajax, concluído por Klaassen, e já em cima do intervalo foi Godts, em iniciativa individual a partir da esquerda, a rematar em arco e com perigo. Eram os primeiros sinais de perigo e o Benfica dominador e seguro do arranque do jogo já se tinha afundado e transformado no Benfica curtinho e plantado à frente da sua baliza a ver jogar, sem capacidade de se esticar , porque sem Lukebakio não há outro capaz de dar velocidade ao último terço...

Na segunda parte... mais do mesmo
Como acabou o primeiro tempo foi como começou o segundo e só a desinspiração neerlandesa impediu o empate aos 52', quando Taylor e Weghorst combinaram à entrada da área encarnada e o gigante ponta-de-lança serviu Klaassen. O médio só tinha de encostar no frente a frente com Trubin, mas pegou mal na bola e atirou ao lado. Só aos 72' o Benfica deu um ar de sua graça, num remate de Dedic para defesa de Jaros, depois de contra-ataque conduzido por Sudakov. Fred Grim tentou tudo para chegar ao golo lançando peças ofensivas, mas foi Barreiro, aos 89', a dar a machadada no assunto, numa excelente finalização após combinar com Aursnes.
Conhecendo José Mourinho, muito mais resultadista e pragmático, não se espera um Benfica de futebol avassalador e virado para o ataque e o plantel, mesmo depois de investimento recorde no verão, é desequilibrado e não permite grandes magias, mas a equipa portuguesa viu-se subjugada por um adversário perfeitamente ao seu alcance. Valeram os primeiros pontos na Champions, mas, tudo espremido, foi só mesmo isso que a o Benfica trouxe na bagagem para Lisboa."

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