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terça-feira, 5 de dezembro de 2023

É com votos que se escreve democracia


"PC usou argumentos de mau gosto contra AVB: «se calhar achou que eu ia morrer mais cedo mas ainda vai ter de esperar para ir ao meu funeral»

Os dados estão lançados no FC Porto, e a confirmação da candidatura de André Villas-Boas surge como garantia de que os associados do clube não olharão com indiferença para as eleições de abril.
Ultrapassadas as Assembleias Gerais, há conclusões que podem ser, desde já, retiradas. Na primeira, que visava uma alteração estatutária que iria alterar profundamente as regras do jogo, os associados mobilizaram-se aos milhares (5000 segundo as crónicas) e a reunião magna acabou por ficar marcada por incidentes graves que fizeram que nada ficasse como dantes. De tal forma que o Conselho Superior solicitou, e o presidente da mesa da AG aceitou, que a proposta fosse retirada e uma nova AG, entretanto agendada, acabasse cancelada. Na última semana, uma nova reunião magna para votar as contas desastrosas do clube, que teve cerca de 900 participantes, decidiu aprovar com 53 por cento de votos a favor o que estava em cima da mesa. Na altura, Villas-Boas teve oportunidade de, pela primeira vez e de viva voz, criticar frontalmente a gestão de Pinto da Costa, trazendo o duelo de abril de 2024 para outro patamar. E a prova de que isso aconteceu foi dada por Pinto da Costa, que atacou o treinador do triplete de 2011 com uma virulência até agora calada, usando, inclusivamente, argumentos básicos e de profundo mau gosto como «se calhar achou que eu ia morrer mais cedo, mas ainda vai ter de esperar para ir ao meu funeral».
Pelo andamento desta carruagem azul e branca, até abril haverá um aumento de crispação entre as candidaturas e uma tendência crescente para a bipolarização, o que deixa os restantes elementos desta equação (Nuno Lobo, que garante ir candidatar-se e que teve 4,91 por cento dos votos em 2020, e José Fernando Rio, que chegou aos 26,44 por cento nessas eleições, mas poderá nem ir agora a votos) numa posição delicada. Vejamos, segundo o artigo 53 dos estatutos do FC Porto, vencerá as eleições quem obtiver o maior número de votos, sem necessidade de maioria absoluta (como sucede, aliás, com Benfica e Sporting), o que num quadro de bipolarização entre Pinto da Costa e Villas-Boas que se antevê, dará uma importância acrescida a quem possa corporizar uma terceira via, que tire potenciais votos a um ou a outro. É também neste tabuleiro político que muitas peças serão mexidas..."

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