"Era previsível que, após o comunicado do Conselho de Arbitragem a reconhecer erro tecnológico na avaliação do golo de Paulinho (Casa Pia-Sporting), não demorassem as reações a exigir idêntico tratamento relativamente a outros jogos, em que alegadamente também terá havido erros relevantes dos árbitros.
Não era preciso ser bruxo para perceber que isso iria acontecer: a única questão seria saber quando e pela voz de quem.
Quero deixar claro que respeito o posicionamento dos clubes na defesa dos seus interesses e percebo que sintam, de verdade, alguma sensação de injustiça perante opções que parecem colidir com as suas.
Sei que a arbitragem é a variável mais sensível no futebol e que tem impacto tremendo no sucesso desportivo e financeiro das equipas. Mas é importante que se veja para lá da espuma e confie em quem está mandatado para liderar um setor historicamente muito difícil de gerir.
A publicação daquele comunicado foi oportuna sim e, à exceção da condenação à fogueira dos então visados - que condenei e condeno veemente -, teve como base um princípio de honestidade e coragem pouco habitual nas estruturas que dirigem árbitros em Portugal.
É preciso que se perceba que o erro cometido em Rio Maior não foi tecnicamente igual a tantos outros que infelizmente ocorrem em muitos jogos, todas as semanas.
Não estamos a falar de uma interpretação errada numa possível mão na área ou numa má avaliação de uma entrada mais dura. Não estamos a falar da intensidade duvidosa de uma carga nem do critério usado na amostragem de cartões.
Estamos a falar de um erro factual e inequívoco, por haver tecnologia capaz de o evitar de forma cabal: uma equipa de vídeo arbitragem cometeu erro grave na colocação do ponto que devia determinar a parte mais adiantada do corpo de um defesa. Em vez de o colocar no pé, colocou no ombro e ao fazê-lo, permitiu que a linha de fora de jogo, que depois é automaticamente calibrada, determinasse como legal um golo que tecnologicamente foi irregular. Que comprovadamente não podia ter acontecido.
É isto e só isto que está em causa.
Um erro assim, totalmente evitável, não é igual a uma má análise de um penálti ou um equívoco na exibição de um vermelho.
Claro que, na prática, todos terão a mesma consequência e todos podem até determinar resultados finais desvirtuados, mas foi a natureza da falha que fez ali a diferença: a má interpretação da regra é uma coisa, a sua aplicação errada é outra: ter meios 100% capazes de evitar um erro é diferente de cometê-lo com base numa leitura enganada.
O que nós não podemos esperar - e eu sei que os clubes sabem disso - é que a estrutura emita comunicados em catadupa, todas as jornadas, de cada vez que ocorram (alegadas) más decisões. Isso sim, seria um erro estratégico de dimensões dantescas.
Penso que o Conselho de Arbitragem deve manter a coerência e intervir apenas em situações como aquela ou noutras em que a falha seja factual e interfira direta ou indiretamente na verdade do resultado.
A ver se consigo explicar-me melhor com exemplos práticos:
- Um árbitro assinala um fora de jogo, levantando o braço para indicar que o respetivo recomeço é através de um pontapé-livre indireto. Se da sua execução acontecer um golo direto na baliza adversária e o árbitro validá-lo, estaríamos na presença de um erro colossal (de direito até). Naturalmente que nesse caso seria fundamental que a estrutura o assumisse e explicasse, até para evitar polémica durante semanas a fio. Não importa quem foi a equipa beneficiada ou prejudicada nem se a falha daria direito a protesto e eventual repetição de jogo. O que importaria ali era esclarecer que aquilo que aconteceu resultou de má aplicação da lei, não de avaliação distorcida.
Conseguem perceber o que está aqui em causa?
Imaginem agora que um jogador corta claramente a bola com a mão na sua área. O árbitro estava perto, viu, interrompeu o jogo mas em vez de assinalar pontapé de penalti, puniu a equipa com pontapé-livre indireto. Seria uma loucura sim mas, a acontecer, "obrigaria" a estrutura a dar à cara e assumir a situação.
São lances destes (ou similares) que exigem a tal intervenção pública, o esclarecimento, a explicação técnica. Não são todos os outros.
Nenhum Conselho de Arbitragem de nenhuma liga profissional fala publicamente sobre lances, a cada jornada que passa. Isso seria insano, demonstraria falta de estratégia, atitude totalmente reativa e daria tiro fatal na credibilidade da classe.
Vamos ser sensatos e contribuir para a solução e não para o problema. Não peçam a quem gere os árbitros para falar semanalmente de entradas impetuosas ou de alegados penáltis.
Exijam apenas que continuem a ter meios e condições para se preparem cada vez mais e melhor.
É o trabalho que faz o sucesso, não a garganta."
"É absolutamente urgente afinar critérios e garantir a transparência. É preciso que de uma forma clara e objetiva se apresentem as razões para 17 minutos de descontos no jogo FC Porto-Arouca. E que se explique, igualmente, que mais justificações existem para deixar o jogo prosseguir até aos 22 minutos de tempo extra para lá dos 90!
ResponderEliminarO golo do empate não só surge para lá dos descontos atribuídos, como não são dissipadas as dúvidas quanto à posição do avançado que o marca. Qual a razão? Qual o motivo para que a transmissão da Sport TV não tenha mostrado essas imagens?
Já na jornada passada assistimos a critérios distintos na aplicação de amarelos e vermelhos aquando da partida Rio Ave-FC Porto, com um perdão inexplicável – toda a crítica foi unânime – da expulsão do jogador Eustáquio, ainda a partida não tinha atingido os 10 minutos. Não esquecemos a expulsão de Musa, no Bessa, em que foram aplicadas as regras do Conselho de Arbitragem, na defesa da integridade física dos jogadores, mas pergunta-se: o rigor não tem de ser extensível a todos? É importante que, de uma vez por todas, se afinem os critérios e haja total equidade e transparência".
O Benfica precisa de um Departamento de Comunicação a sério. Isto é zero. Se é para escrever esta trampa, mais vale ficarem calados.
Demitam toda essa escumalha de Croquetes Marinhos e afins e convidem as pessoas certas para o cargo: eu e mais dois gloriosos benfiquistas à minha escolha. Vamos definitivamente fazer da Comunicação do Benfica um lugar de Verdade, Defesa dos direitos e dos princípios do Clube, Inteligência, Humor, Amor e Napalm aos adversários corruptos. Vivó Benfica!
Este (Du)artista diz que é o trabalho que faz o sucesso mas no final de contas ele é que é só garganta.
ResponderEliminarÉ só hipocrisia!!!!! Este doutor do apito bem sabe os motivos para haver estes erros escandalosos!!! Os motivos são a coação e a corrupção!!!!! Não adianta esta conversa da treta para tentar adormecer!!!!
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