"Uma dose de sensibilidade com uma leve pitada de egocentrismo não faz mal a ninguém. O problema é que no futebol, seja dentro ou fora das quatro linhas, a receita quase sempre desanda. Passa do ponto.
Jogadores, ex-jogadores, treinadores, dirigentes, jornalistas, comentaristas e até mesmo torcedores têm - e gostam de ter - um senhor rei na barriga. Uma prepotência difícil de controlar, especialmente quando a contestação é pública.
Roger Schmidt criticou Odisseas Vlachodimos por ter falhado e fizemos disso quase uma versão futebolística da terceira guerra mundial. Faltou autocrítica ao alemão, é verdade, mas as palavras sobre o grego tomaram proporções surreais.
Sim, há formas e formas de tratar preferências e insatisfações, de gerir um grupo de atletas, mas me custa aceitar calado a revolta armada criada por causa de uma avaliação individual, que, no fundo, praticamente todos concordaram.
Quem vive da bola trabalha pesado e abre mão de muitas coisas. É indiscutível. Porém, há o outro lado da moeda. Os jogadores, sobretudo dos grandes clubes, têm do bom e do melhor. Salário, estrutura, idolatria, proteção, mordomias, entre outros. São mimados.
Alguns lidam bem com o mimo e não se deixam levar. Outros nem por isso. Se acham mesmo acima de qualquer crítica, muito por conta da bolha altamente blindada em que estão inseridos desde muito cedo. Intocáveis.
O futebol de alto nível é feito de incontáveis bônus, mas também de diversos ônus. É lidar. Nem tudo são flores."
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