"Hoje é um dia marcante na época desportiva do Benfica. Depois de jogos europeus na Dinamarca e na Ucrânia, em Turim e em Paris, nove jornadas da Liga realizadas, nesta sexta-feira o Benfica terá, finalmente, o primeiro teste a sério. Agora é que é! Messi! Neymar! Mbappé, Milik e Vlahovic são bons atacantes, mas a verdade é que nenhum deles fez mais golos ao Glorioso do que Gonçalo Barreiras, médio do Caldas. Portanto, depois de um arranque muito simpático, onde os adversários estiveram sempre aquém do esperado (porque estavam em campo cheios de sono, nunca por mérito do Benfica), a visita ao Dragão será o primeiro verdadeiro obstáculo para Roger Schmidt.
Tal como pedia a universidade, para este teste é importante que a equipa técnica adopte uma estratégia diferente daquela que eu costumava utilizar: não basta estudar na véspera. Até porque não estamos a falar de duelos com o PSG - esses, sim, de preparação muito fácil, onde uma breve leitura dos apontamentos da Catarina antes de entrar para a sala é mais do que suficiente. Preparar uma visita ao lugar que herdou os genes do Estádio das Antas requer a mesma dedicação e empenho que a elaboração de uma tese exige. É preciso saber que há um Abel com mais história no futebol português do que o treinador do Palmeiras, juntar uns tapetes ao cesto dos equipamentos para o caso de os jogadores terem de se vestir no corredor ou juntar um pack de tacos ao cesto das bolas na eventualidade de se trocar o jogo de futebol por um jogo de golfe. Não há dúvida: para ganharmos o clássico, temos de ter a lição bem estudada e, depois, chegar lá e jogar para o 20. Até porque o João Mário está em grande forma."
Pedro Soares, in O Benfica
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