Últimas indefectivações

terça-feira, 1 de outubro de 2019

A variável que equilibra o que devia ser desequilibrado!!!



"A propaganda do Porto investiu forte na extrapolação dos processos e-toupeira e e-mails. Criou a ideia pretendida: para esta época o Benfica não pode ser campeão porque isso significaria a impunidade... de quem afrontou os membros do Conselho de Arbitragem conotados com o Porto! O Benfica tem ziguezagueado entre um convívio institucional com os poderes de facto - ilícitos - do futebol e a sua denúncia e combate incondicionais. Ora somos a referência do futebol que temos, ora, quando prejudicados, queremos ser a referência do futebol que gostaríamos de ter. É demasiado ambíguo este posicionamento porque permite ao bloco de influência constante do Porto reforçar posições e poderes. A continuidade em funções de Carlos Xistra, o fim de carreira de Jorge Sousa (com total liberdade de actuação), a ascensão de Tiago Martins e Luís Godinho, a regência de Soares Dias, com tutela sobre Rui Costa, Vasco Santos e Luis Ferreira são sinais de uma influência arbitral que já está a marcar a competição. E vai continuar a fazê-lo. Isto acontece porque o Presidente do Conselho de Arbitragem se apresenta manietado, na secção profissional, por maiorias formadas por Paulo Costa e Bertino Miranda. Este exército tem um poder de fogo assinalável e consegue, entre apitos e comunicações à distância, moldar o jogo, através da interpretação das suas regras. O VAR tem sido, essencialmente, mais um instrumento de coação sobre uma arbitragem independente do que um apoio à verdade desportiva. Aparentemente, o Benfica está acantonado na denúncia "pós-erro" e comunicação para os seus adeptos. Pergunto se não será altura de interpelar a A.F. de Lisboa e questionar o seu papel em defesa do futebol junto da FPF. No limite, a transposição das ocorrências para o processo penal. A proliferação de portistas em lugares chave da FPF e da Liga leva a que os erros da arbitragem e da disciplina se cristalizem em suporte a novos erros (vide o mea culpa de Vasco Santos enquanto catalizador de novos erros). O Benfica isolado contra tudo e contra todos revela-se insuficiente para contrariar este poder. Ainda para mais com campanhas de fragilização do seu Presidente, do seu treinador, da sua legitimidade de campeão. Até a presença dos seus adeptos nos estádios é neutralizada com condições de ingresso discriminatórias. Espero que a pausa competitiva do campeonato sirva para que o Benfica reflicta sobre a sua comunicação institucional, o seu posicionamento na Liga, a sua intervenção associativa na A.F. Lisboa e FPF. O Benfica dentro de campo e fora dele não está suficientemente forte para dispensar uma táctica de contra-ataque. A estratégia da hegemonia recuperada está a ser contrariada com o tráfico de influências usual. Está na hora de reagir."

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