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sábado, 8 de setembro de 2018

Crónica futurística: exílio do Benfica e o país em 2022

"O Benfica joga em La Liga, a economia portuguesa sofre, os jornais desportivos fundiram-se num só título e as estações de TV passaram a transmitir uma programação virada para Ópera, cartomancia e jardinagem.

Oito de Setembro de 2022. Cumpre-se hoje a 4.ª jornada do campeonato espanhol e o Benfica joga em Valladolid. São esperados 15 mil portugueses. É uma alegria para o comércio local e também para o clube anfitrião, que vê assim esgotada a lotação do Estádio José Zorrilla. O presidente da Real Federación Española de Fútbol tinha razão quando, no já distante verão de 2019, ao aceitar a inscrição do Benfica em La Liga, prometeu aos espanhóis que a presença do maior clube português teria reflexos importantes na indústria. E, de facto, assim tem acontecido, superando até as expectativas. Ainda há duas semanas, quando na 2.ª jornada foi o Benfica jogar no campo do Girona, nem os 1400 quilómetros que distam entre Lisboa e aquela cidade catalã impediram que uma multidão de benfiquistas enchesse o Estádio Montilivi para assistir a uma expressiva vitória do seu emblema e ao regresso de Jonas depois daquele aborrecido problema lombar.

'O Benfica trará maiores benefícios ao futebol espanhol do que aqueles que o Mónaco empresta ao campeonato francês ou mesmo dos que os clubes de Israel emprestam às competições organizadas pela UEFA', disse na altura o presidente da RFEF. Na altura ninguém o levou a sério e a novidade foi até recebida com foros de excentricidade internacionalista. Mas, logo na primeira época em que o Benfica jogou em La Liga 2019/20, os índices da sua presença foram altamente satisfatórios. Aumentaram as assistências no estádios e as receitas dos operadores televisivos espanhóis, aumentaram as tiragens dos jornais 'As' e 'Marca', que passaram a vender-se nos quiosques das cidades portuguesas, aumentaram as receitas do comércio local por todo o país vizinho e aumentou a cotação dos jogadores do Benfica que, jogando no campeonato espanhol, passaram a ter uma visibilidade de mercado inatingível em Portugal.

A economia portuguesa é que tem sofrido um bocado com esta proscrição. A cada segunda-feira, milhares e milhares de cidadãos nacionais comparecem nos seus postos de trabalho extenuados pelos milhares de quilómetros que percorrem na Ibéria ao fim de semana para apoiar o Glorioso. O impacto desta situação por cá e já um caso sociológico: o campeonato português, coitado, é uma miséria total, o Record, 'A Bola' e 'O jogo' fundiram-se num só título e as estações de televisão passaram a transmitir nas suas noites uma programação toda virada para a ópera italiana, para a cartomancia e para a jardinagem. A águia Vitória foi fuzilada em directo - o que levantou algumas objecções dos ambientalistas internacionais - e encontram-se actualmente empalhada no gabinete de uma pessoa importante. Hoje, no Seixal vivem apenas a Madonna mais os filhos e todos aqueles relvados foram transformados num acampamento para lisboetas despejados de suas casas pela pressão imobiliária. Muito mais do que um clube, o Benfica é uma obra social. Y olé!"

7 comentários:

  1. Epá, o Jonas com 38 anos ainda mexe?

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  2. Estou desejando esse dia!

    Só sofrendo na pele essa escumalha que nos ataca percebe que perde tudo sem nós.


    Van Helsing

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  3. O Clube que pergunte à Federação Espanhola da possibilidade e se sim que promova uma ascultação aos sócios.
    Na política, abstenção dos Benfiquistas, já que se estivermos à espera que governos tomem conta da pulhice instalada, bem que podemos esperar sentados!

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  4. Atenção, há outra possibilidades.
    Não precisa de ser a liga Espanhola.
    Veja-se onde está as grandes massas de emigrantes Portugueses.

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  5. Preferia a Liga Inglesa. Mais €€€ e o facto dos espanhois não irem muito com a cara dos portugueses.

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  6. Politicamente, e há que aproveitar os pontos sensíveis dessa raça, interessaria aos espanhóis uma equipa portuguesa (e logo o Glorioso!) no campeonato espanhol o que poderia ser o princípio de uma aproximação em contrapartida à tentativa de independência dos catalães.

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