"Lançar ondas de suspeição sobre o desempenho das equipas está a tornar-se uma perigosa moda no futebol português. Antes era o discurso de adeptos: "Contra nós dão tudo, contra os outros não correm". Agora chegou aos presidentes, directores de comunicação e até treinadores. Foi Sérgio Conceição sobre o Tondela. Foi Bruno de Carvalho em relação ao Braga. Foi Abel a dar murros na mesa e a dizer "basta", reagindo às varias acusações de que ele e a sua equipa foram vítimas na última semana.
Neste circo, tantas vezes reles e barato, fazem falta homens como Abel. Serenos, respeitadores, mas capazes de colocar o dedo na ferida de todos aqueles que insistem em arrastar o futebol português para a lama. Os casos já são muitos. As polémicas aumentam semana após semana. Uma novela escrita a ódio. E depois vem o jogo dentro do campo. Esse empecilho que rouba tempo aos outros temas. Há aqui uma perigosa inversão e a clara transformação do futebol num estado de guerra. Não é isso. Nunca foi isso. Nem pode ser.
A violência das palavras pode não marcar golos, muito menos ganhar jogos, mas faz do futebol um lugar pouco recomendável. Enquanto muitos dizem o que querem, outros (como o presidente da Liga) tornam-se mudos. E o futebol português vai-se arrastando para uma selva anárquica. Sobra Abel, e outros como ele, que mostram a indignação pelo que se passa e, tantas vezes, ficam a falar sozinhos. Mas felizmente ainda há quem fale quando outros, com mais obrigações, preferem viver no silêncio e no faz de conta que está tudo bem. Não está. E é preciso parar de fingir."
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