"Excelente primeiro tempo de um Benfica confiante e dominador; depois, controlou e geriu espaços.
Estudo mútuo
1. Depois do empate do Sporting e dos acontecimentos no Estoril, o Chaves era o adversário ideal, porque difícil, para o Benfica dar prova real de que as últimas exibições não tinham sido obra do acaso, mas sim fruto da consolidação dos novos processos que a implementação da estrutura táctica de 4x3x3 exigia. Na primeira meia dúzia de minutos, o jogo esteve calmo como se ambas as equipas se estivessem a estudar e com o Benfica mais focado na qualidade do passe sem riscos e numa dinâmica de posse e de segurança. Com o decorrer do tempo, os encarnados foram subindo no terreno, aumentando a velocidade da circulação de bola, quase sempre a um ou dois toques na fase de construção, e dando mais dinâmica e mobilidade a todos os seus jogadores.
Os triângulos
2. O Chaves começava a sentir dificuldades para a marcação mais directa que quis implementar aos jogadores mais avançados do Benfica. Mesmo assim, manteve-se sempre coeso e com as linhas muito juntas, mas foi recuando, não por estratégia, mas por imposição do jogo encarnado, que, aos 13 minutos, materializou em golo, num grande momento de Jonas, o domínio já exercido em todos os momentos do encontro. Com forte reacção à perda da bola, o Benfica não dava tempo nem espaço às tentativas de construção dos flavienses. Com bola, mostrava um futebol a toda a largura do terreno, fluído, rápido, criativo, onde os alas, Cervi e Salvio, apareciam muito no jogo interior, dando espaço para os laterais assumirem a profundidade que o jogo exigia. No corredor central, Krovinovic, Pizzi e Jonas descobriam e abriam espaços entrelinhas, construindo sucessivos triângulos, onde as tabelas ao primeiro toque foram as armas do desequilíbrio da estrutura defensiva dos transmontanos. Por isso, e como consequência do bom jogo ofensivo, o segundo golo apareceu naturalmente, após boa jogada de Salvio pelo corredor direito num passe rasgado para trás que deu o golo a Jonas. Quarenta e cinco minutos excelentes de um Benfica confiante e que, dominando o jogo, conseguiu dois golos e poderia ter aumentando a sua vantagem.
Pizzi mata jogo
3. No começo da segunda parte, o golo do Pizzi, aos 47', matou o jogo e transformou o Benfica dominador da primeira parte numa equipa de controlo e gestão dos espaços. Foi tempo de aparecer um Chaves que pôde demonstrar o seu ADN de posse e passe curto, sem contudo nunca importunar as redes da equipa de Rui Vitória, que naturalmente foi também gerindo os seus jogadores sabendo que a vitória dificilmente lhe fugiria."
Henrique Calisto, in A Bola
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