"A final da Champions foi excelente. Venceu bem o Real Madrid. Nos últimos 4 anos, a equipa merengue venceu 3 Ligas. É obra! Cristiano Ronaldo foi soberano. Zidane não precisa de histrionismos patéticos nem de piadas subliminares. É um senhor, como senhores são os derrotados Massiniliano Allegri e o príncipe do futebol, Gianluigi Buffon.
Depois desta final, resolvi revisitar a história das últimas 10 edições da Champions. Nesta última década, acentuou-se, provavelmente de um modo irreversível, o fosso entre os (poucos) do costume e os (muitos) de acompanhamento.
E, de facto, os números falam por si. Dos 10 títulos 6 são espanhóis (3 para o Real Madrid e 3 para o Barcelona). Os outros 4 repartem-se pelo Bayern, por 2 ingleses (Chelsea e Man. United) e pelo Inter, agora arredado destas lides.
Mais significativos são os dados relativos aos países representados nas meias-finais: 43% espanhóis (apenas 3 clubes: além dos já citados, o Atlético de Madrid), 25% ingleses (aqui com os 5 clássicos: Man. United, Chelsea, Man. City, Arsenal e Liverpool), 20% alemães (o inevitável Bayern, Dortmund e Schalke), 8% italianos (Juventus e Inter) e 5% franceses (Lyon e Mónaco, com a curiosidade de o PSG nunca lá ter chegado). Outros países? Nenhum!
Ou seja, fora deste conjunto dourado, o máximo que outras equipas têm alcançado é os quartos-de-final. É aí que, uma vez por outra, Portugal tem estado representado. Amanhã, concluirei esta breve análise sobre - também no futebol - uma Europa a várias velocidades. E, em ambos os casos - político e desportivo - desejadas e até estimuladas pelos poderosos.
(continua)"
Bagão Félix, in A Bola
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