"O jogo da Selecção com a Hungria - já devidamente analisado a nível técnico - serviu para deixar à vista as duas faces do futebol português. A bonita, aquela que nos mostrou no relvado um campeão da Europa justíssimo, alicerçado numa equipa que junta a experiência dos mais velhos com a irreverência dos que começam agora a aparecer, coladas pelo talento do melhor jogador do Mundo, que por muito que a muitos custe é português e se chama Cristiano Ronaldo. Pena que na Luz tenha aparecido também a outra metade, a feia, aquela que nos faz pensar se merecemos de facto os artistas que nos brindam com noites como as de sábado - ou a de 10 de Julho de 2016.
O caso da claque é, convenhamos, desagradável. Trata-se, como perceberá se ler as primeiras páginas da edição de hoje, de um problema criado por uma situação não pensada pela FPF - mas que lhe deu algum jeito em França - e que está agora a ser, parece-nos, aproveitada por alguém para ganhar mais protagonismo do que aquele que merece. Mas o que se retira da confusão gerada pela presença de Fernando Madureira na Luz - e das supostas tentativas de agressão a Jaime Marta Soares - é que já nem a Selecção consegue unir aquilo que tantos fazem para os dias por dividir. O público está com a equipa, sim, mas há demasiada gente que já não consegue alhear-se da clubite aguda, mesmo quando em campo está aquele que devia ser o clube de todos os portugueses. Culpa dos adeptos? Não. Culpa de quem os quer assim: fanáticos, incapazes de pensarem por si. E quando isto já chega, de forma tão aberta, à Selecção, talvez seja hora de todos nos sentarmos a pensarmos se é este, de facto, o caminho que queremos para o nosso futebol..."
Ricardo Quaresma, in A Bola
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