"Ontem falei de ninharias. De ninharias hoje falo. O técnico do Rio Ave (excelente jogo e só batido pela ninharia de Talisca) declarou que, no golo anulado à sua equipa por fora de jogo mínimo, aceitava a decisão, mas criticou o árbitro assistente por estar afastado da posição ideal para ajuizar. E, por isso, foi áspero para a arbitragem. Está no seu direito. Mas o que é mais correcto e justo: uma boa decisão com o decisor mal colocado ou uma má decisão com o decisor primorosamente situado? A obsessão (sem excepção) com as arbitragens quando se perde é tão grande que, à míngua de argumentos materiais sobre as decisões, se digladia sobre os considerandos. É como se o treinador preferisse que um seu jogador falhasse um golo com um belo chuto aparentemente falhado. E por que são tão categóricos no banco sobre se foi ou não offside quando tão distantes do melhor ponto de observação?
José Mourinho continua igual a si mesmo. Se há paz, procura a guerra. Sem adversário, inventa-o. Com o habitual cinismo narcísio, veio engendrar uma explicação para o facto de o colega compatriota Jorge Jesus não estar entre os 10 escolhidos da FIFA: não ter passado a fase de grupos da Champions! Por acaso, esqueceu-se do ex-treinador da Juventus, A. Conte que está na lista, eliminado tal como o Benfica na Champions e pelo Benfica na L. Europa... Já agora quantos títulos teve Mourinho para lá figurar? Zero. Jesus fez o pleno em Portugal e foi finalista na desconsiderada Liga Europa. Ou há critérios objectivos ou é uma palhaçada. É como se a escolha para melhor marcador de golos fosse subjectiva..."
Bagão Félix, in A Bola
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