"Psicologicamente, era importantíssimo para o Benfica ganhar ao FC Porto no domingo. Jorge Jesus sabia que, para ele e para o clube, era uma partida decisiva, um duelo que poderia marcar a época. Porém, teve o enorme mérito de não ficar condicionado pela importância do jogo e transmitir à equipa uma confiança que se revelou fundamental para chegar ao triunfo.
Este Benfica de Jesus já não é o mesmo dos primeiros anos. As cavalgadas, as avalanchas sucessivas de ataques, o futebol ultraofensivo, tudo isso acabou. Hoje o Benfica é uma equipa matreira que espera pacientemente pelo adversário e lhe vai dando golpes em jogadas de contra-ataque.
Isto foi muito claro no jogo com o Gil Vicente. O Benfica deixava os gilistas avançar, recuperava a bola no seu meio-campo, lançava raides rapidíssimos pelas alas e daí resultavam centros para golo. No clássico passou-se o mesmo, ainda que com menos oportunidades, evidentemente.
Após a vinda dos sérvios e a onda de lesões que varreu o plantel, Jesus demorou tempo a estabilizar uma equipa-base, mas encontrou-a. O curioso é que, no preciso momento em que o consegue, perfilam-se novas saídas. Mais: na altura em que a equipa começava a adaptar-se à ausência de Cardozo, este prepara-se para regressar.
Tem sido assim a vida do treinador do Benfica: fazer equipas e vê-las desfazerem-se pela saída dos melhores jogadores. No entanto, é também esta a sua “obrigação’’, como ele próprio reconheceu.
Não percebo por que razão os comentadores ridicularizaram a sua afirmação de que, se o Benfica não tivesse perdido tantas estrelas nos últimos anos, já teria sido campeão europeu. Se não tivessem saído Di María, David Luiz, Javi García, Witsel, Ramires e Fábio Coentrão. Se a estes juntarmos Garay, Luisão, Matic, Salvio, Maxi Pereira, Cardozo, Gaitán, Enzo Pérez e Markovic, para não referir outros como Rodrigo e Lima, o Benfica teria um plantel de luxo. E, aí sim, poderia aspirar este ano a ser finalista da Liga dos Campeões na Luz. Porque não?"
José António Saraiva, in Record
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