"Mais uma viagem em patins sobre a história europeia do Benfica, desta vez na Taça das Taças (já extinta) e na Taça CERS. Momentos de brilho e uma promessa final.
O Hóquei em Patins do Benfica está no topo do Mundo. Taça dos Campeões Europeus; Supertaça Europeia; Taça Intercontinental - num ano tudo ganhou em termos internacionais. A semana passada falei aqui da história do Benfica na Taça dos Campeões, das suas presenças nas finais, e da própria história da prova, agora disputada em novos moldes, tal como acontece com o Futebol, largamente dominada pelas equipas espanholas. Mas o Benfica tem mais finais europeias do que as que soma na Taça dos Campeões (seis). Vamos a elas!
Se a Taça dos Campeões começou a ser disputada em 1965/66, a segunda prova do CEHR, Comité Européen de Rink-Hockey, a Taça das Taças, teve a sua primeira edição onze anos mais tarde, em 1976/77. Curiosamente, e ao contrário do que sucedeu na Taça dos Campeões, as equipas portuguesas rapidamente dominaram os acontecimentos, sobretudo graças às três primeiras vitórias inaugurais do Oeiras, a primeira sobre o Arenys de Munt, e as seguintes sobre o Voltregá, ambos espanhóis. O Benfica só chegou pela primeira vez a uma Final da Taça das Taças em 1982/83 (ano europeu brilhante também para o Futebol), sendo derrotado pelo FC Porto. Depois de um empate prometedor nas Antas (2-2), os 'encarnados' viriam a perder, por 5-6, no velho pavilhão Borges Coutinho, situado debaixo do Terceiro Anel, num jogo fantástico do qual me recordo bem e testemunhado por público vibrante.
A uma Final, seguiu-se outra: em 1983/84, o Benfica disputou o jogo decisivo com os espanhóis do Reus (4-6; 5-4), falhando de novo a conquista do troféu. Parecia que a sina das finais perdidas estava para durar. Sporting (1980/81) e 1984/85), FC Porto (1981/82 e 1982/83) e Sanjoanense 1985/86) juntariam os seus nomes ao do Oeiras. Daí até 1995/96, época em que a Taça das Taças se extinguiu e que os vencedores das taças de cada país passaram a integrar a Liga dos Campeões, só houve mais duas vitórias lusitanas, uma do Sporting (1990/91) e outra o Óquei de Barcelos (1992/93). Giovinazzo, de Itália (1979/80); Reus, de Espanha, como já vimos (1983/84); Barcelona, de Espanha (1986/87); Noia, de Espanha (1987/88); Roller Monza, de Itália (1988/89), 1991/92 e 1994/95); Liceo da Corunha, de Espanha (1989/90 e 1995/96) e Amatori Lodi, de Itália (1993/94) completam a lista de vencedores. O Benfica não voltou à Final. E a Taças das Taças já não terá lugar no novo Museu.
A sina das finais ganhas
ENFIM, para consolo, embora um bom consolo, cabem no Museu duas Taças CERS, o equivalente, se assim o podemos dizer, à velhinha Taça UEFA, agora travestida de Liga Europa.
Disputada desde a época de 1980/81, primeiro em regime de taça e depois já com uma «final four» a partir de 2007/2008, é outra competição dominada pelos espanhóis que somam até agora 14 vitórias (Liceo da Corunha, 3; Reus, 2; Tordera, Noia, Voltregá, Vilanova, Vic, Barcelona, Tenerife, Mataró e Vendrell, todos com uma) contra dez de equipas italianas (Novara, 3; Verecelli, 2; Bassano, HC Monza, Amatori Lodi, Seregno, e Follonica, todos com uma) e nove de equipas portuguesas (Benfica, 2; FC Porto, 2; Paço de Arcos, Óquei de Barcelos, Sesimbra, Sporting e Oliveirense, todos com uma).
Aqui, e ao contrário do que sucedeu na Taça dos Campeões e na Taça das Taças, não há lugar a finais perdidas. Foram precisos dez anos para que o Benfica chegasse pela primeira vez à Final da Taça CERS. Estávamos em 1990/91 e o adversário foi o sempre poderoso Reus. Depois de uma derrota na Catalunha, por 4-6, os 'encarnados' impuseram-se, de que maneira, em Lisboa por conclusivos 10-3. A final seguinte já foi no sistema de «final four» que vigora hoje em dia nas duas provas europeias de Hóquei em Patins - não esquecer que a Taça Continental é somente um troféu. O adversário foi outra equipa espanhola, o Vilanova, e o Benfica venceu, por 6-4. Não foi assim há tanto tempo: 8 de Maio de 2011.
Mas, vinda do passado, existe outra vitória histórica: a do Torneio de Montreux, em 1962. única de uma equipa portuguesa nessa famosa competição que se disputa, com altos e baixos, desde 1921.
Falaremos sobre isso. Palavra de honra!"
Afonso de Melo, in O Benfica
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