"Uma lesão não impediu Eusébio de ser o 'Rei' frente ao Nuremberga, na Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1961/62
Na sua época de estreia de 'águia ao peito', Eusébio testemunhou o Benfica a sagrar-se campeão europeu, sem ter tido a possibilidade de jogar nessa prova. Quando a sua transferência ficou legalizada, já era tarde de mais, pois esta 'não veio permitir a inclusão de Eusébio no lote dos finalistas pois, como é determinação da U.E.F.A., o jogador teria que estar qualificado pelo clube na Federação Portuguesa três meses antes da realização do encontro'.
O avançado teve, finalmente, a sua oportunidade de se estrear na Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1961/62, frente ao Áustria de Viena. A sua participação foi crescendo e marcou o seu primeiro golo na competição no Estádio da Luz, no jogo da 2.ª mão. Contudo, o seu percurso foi interrompido quando teve de ser submetido a uma operação ao menisco do joelho esquerdo, a 19 de Dezembro de 1961.
Esta lesão teve início num jogo em Lourenço Marques, com Eusébio ainda a envergar as cores do 'Sporting local'. Em Portugal, durante um treino na época em que ia 'sonhando com o dia em que pudesse ver a minha situação legalizada', sentiu a mesma dor no joelho esquerdo, que voltaria a assombrá-lo em jogos posteriores, inclusive, contra os austríacos. Graças aos tratamentos que recebia, a dor passava, até que se concluiu que a sua condição só seria resolvida com uma intervenção cirúrgica.
Cansado de estar acamado, Eusébio afirmava: 'Quero ar puro, quero liberdade e, sobretudo, poder voltar ao futebol. Já tenho saudades, muitas saudades...'. O jogador regressou aos relvados a 11 de Fevereiro de 1962, falhando o jogo da 1.ª mão em Nuremberga. Passados 11 dias, perante os alemães, o avançado teve uma prestação magistral, contribuindo com um bis para histórica vitória por 6-0. Não passou despercebida ao periódico Franfurt Abendpost, que afirmou que 'Eusébio, de 19 anos, foi rei. Fez um jogo brilhante, ultra-moderno e perfeito. Foi a «estrela» do «onze»'!
Enquanto esteve internado o jogador partilhou: 'Confesso que tive medo. Sempre se tratava da minha primeira operação, que espero seja a última...'. Infelizmente, o seu desejo não viria a concretizar-se, tendo sido operado aos joelhos um total de sete vezes. Contudo, o 'Pantera Negra' não deixou que estas adversidades o impedissem de se tornar num ídolo mundial, sendo um exemplo de perseverança e de suspenção para os seus contemporâneos e gerações futuras.
Saiba mais sobre a vida e carreira desportiva do 'King' na área 24 - O 'Pantera Negra' e Outras Lendas do Museu Benfica - Cosme Damião."
Lídia Jorge, in O Benfica
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!