"A única virtude que encontro nos jogos à porta fechada é a impossibilidade de alguns espectadores poderem associar, e perturbar, alguns dos nossos jogadores nos seus momentos menos felizes.
É um triste hábito, que presumo ser extensível a outros estádios e a outros clubes. Mas com o mal dos outros podemos nós bem.
Na Luz, lembro-me de serem apupados, por exemplo, Nené, Paneira, Nuno Gomes, Luisão e Cardozo, para não falar na verdadeira perseguição a Betos ou Filipes Augustos (profissionais igualmente respeitáveis, mas sem sucesso no Benfica).
A questão que se coloca não é a do direito, ou não, de qualquer espectador pagante poder exprimir desagrado com jogadores ou técnicos. Esse direito é inalienável, e não me passaria pela cabeça questioná-lo. A pergunta que o adepto deve pôr a si próprio é se pretende, ou não, apoiar a sua equipa. E caso pretenda, então deverá eximir-se de atitudes que contribuam para a desestabilização dos seus atletas - sobretudo durante os jogos.
Não é ao adepto que cabe cobrar este ou aquele desempenho do jogador X ou Y. Está lá o treinador para o fazer. Treinador esse que será avaliado pela direcção no final de cada temporada. Direcção essa que será julgada pelos sócios no fim de cada mandato.
Contribuirmos para a fogueira de qualquer um dos nossos será facilitar a tarefa de todos aqueles que, por outras vias, já o tentam fazer com intuitos mal disfarçados.
Apoiemos incondicionalmente os nossos jogadores, venham eles de onde vierem, sejam eles de onde forem. De águia ao peito são nossos, estão a correr por nós, e o sucesso deles será a nossa felicidade."
Luís Fialho, in O Benfica
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