"Sem meias palavras: perdemos dois pontos contra um opositor fraquinho (embora um emblema de pergaminhos e respeito).
Percebia-se, e respeita-se, a euforia leonina com a conquista de um ponto no Estádio da Luz. Não é frequente um jogo tão desequilibrado dar empate. Na Luz, viu-se quem joga melhor futebol, viu-se quem é mais beneficiado, viu-se que ao Benfica não chega ser superior para vencer, e demonstrou-se que a jogar sempre assim vai ter que haver muitos bastidores para nos tirarem da luta pelo título.
Grande resposta de toda a equipa. Enorme jogo de Krovinovic, um jogador que é simplesmente genial, na qualidade, na entrega e na maturidade. Se quase todos estiveram muito bem, Krovinovic esteve deslumbrante.
O Benfica fez 90 minutos à Benfica, fez um exibição categórica e os adeptos sentiram-se confortados pelo regresso do campeão. A Luz premiou os tetracampeões com uma enorme ovação, daquelas que só os muito grandes conseguem, daquelas que só os muito grandes percebem.
Jorge Jesus dez um excelente conferência de imprensa antes do jogo, lançando-o em moldes correctos e bem pensados, Rui Vitória fez três boas substituições, leu bem o jogo durante os 90 minutos e resumiu-o bem no fim do encontro. O resultado foi mau: sem meias palavras perdemos contra um adversário fraquinho (embora um emblema de pergaminhos e respeito). Esta qualidade repetida mais 18 vezes este ano e todos ficaremos satisfeitos em Maio.
A tentação para escrever sobre a arbitragem de quarta-feira é muita, mas não o vou fazer e muito menos da forma como o sinto. O meu direito de expressão é, nesta fase, refreado pelo meu dever de contenção. Mas os leitores, imaginem, é ainda pior que isso. As contas do título fazem-se no fim, mas teremos que ganhar em Moreira de Cónegos e em Braga se queremos estar na corrida até ao fim.
Domingo vamos encontrar um sensacional Moreirense que vem de uma série impressionante de êxitos, onde vence os vizinhos Vitória de Guimarães e Aves. Queremos mais deste Benfica que nos mostraram quarta-feira.
Já sem Fejsa, ainda sem Luisão, terá que haver a mesma transcendência e vontade, até porque o adversário, embora sem o mesmo nome, não jogará pior que o de quarta-feira passada. Só temos um caminho: é vencer, vencer, vencer..."
Sílvio Cervan, in A Bola
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