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domingo, 16 de fevereiro de 2025

A dança das camisas no Corinthians


"«Não, não me agradou, estaria a mentir se dissesse que me agradou e eu não gosto de mentir», respondeu, à imprensa, o argentino Rodrigo Garro, melhor jogador do Corinthians em 2024, ao saber que perderia a camisa 10 para o neerlandês Memphis Depay, a nova principal estrela da equipa.
No clube onde Roger Guedes, em 2021, escolheu a camisa 123 em vez da preferida 23, então nas costas do capitão Fagner, a numeração é assunto sério.
Foi há menos de 100 anos, no entanto, que os números se tornaram parte do jogo: na primeira tentativa, em 1928, o comando do futebol inglês até recusou, alegando que os 11 jogadores com meias de 11 cores diferentes seria a melhor forma de os distinguir à distância mas, em 1933, Everton e Manchester City lá usaram os números de 1 a 11, os primeiros, e de 12 a 22, os segundos, na final daquele ano da FA Cup.
Entretanto, como prova o climão no balneário do Corinthians, a numeração ganhou importância ao longo do tempo e alguns jogadores ficaram mesmo na história pela bizarrice, como Lizarazu, que preferia o 69 por ter nascido em 1969, medir 1,69 m e pesar 69 kg. O 58, usado por Borgetti e metade das estrelas da liga mexicana nos anos 90, era apenas publicidade ao canal de rádio 58 AM. Bendtner, excêntrico, usou a 33, a 26, a 3 e a 52 ao longo da carreira, a última por sugestão de uma parapsicóloga amiga da mãe. Gyan, atacante, marcou todos os 51 golos pela seleção de Gana com a 3, e o Liverpool vende quase tantas 66 de Alexander-Arnold como 11 de Salah pela originalidade do número na camisa do lateral.
No Mundial-1978, aliás, Ardiles foi campeão com a 2 e na Copa seguinte jogou com a 1 porque a Argentina atribuía os números por ordem alfabética impreterivelmente — com Maradona, porém, o impreterível dava sempre lugar ao excecional e D10s ficou com a 10 em 1982.
A 10 que deve a mística ao acaso. Como a Confederação Brasileira de Desportos, antecessora da CBF, se esqueceu de enviar a numeração à FIFA no Mundial-1958, foi ao uruguaio Lorenzo Villizio, representante da Conmebol e membro do Comité Organizador do Mundial sueco, que coube defini-la. Conta a revista Placar que não acertou todas — Gilmar, o guarda-redes, ficou com a 3 e Zózimo, um defesa, com a 9 — mas ao escolher a 10 para Pelé, então apenas um projeto de génio, fez inadvertidamente história.
Desde então, a 10 tornou-se não só objeto de desejo como sinónimo de craque, daí a atração de Maradona e tantos outros por ela, como o compatriota Garro ou o neerlandês Depay, agora, no Corinthians.
O caso, de tão bicudo, chegou até ao presidente Augusto Melo, que explicou ao amuado Garro que estava previsto em contrato que Depay usasse a 10. E sossegou-o dando-lhe a 8, de Sócrates, talvez o maior ídolo da história alvinegra."

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