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terça-feira, 17 de novembro de 2020

O desequilibrador das segundas partes


"Panchito reencontrou a paixão de jogar no Benfica e retribuiu com momentos de pura magia

Para um seguidor de hóquei em patins, falar-se de talento é recordar Panchito Velásquez. Exímio patinador, o argentino aliava à velocidade uma qualidade técnica apurada, que lhe permitia tirar os adversários do caminho com enorme facilidade. Em rinque, era ele e um pavilhão completamente lotado, pois mesmo os adeptos das equipas rivais deslocavam-se aos recintos para o ver jogar. Fruto do seu virtuosismo, ganhou a alcunha de 'Maradona do hóquei'.
Representou o Benfica durante quatro épocas, após ter estado afastado da modalidade ao longo de uma temporada, em conflito com o detentor do seu passe, o Barcelona. De 'águia ao peito' reencontrou a alegria de jogar, condessando: 'vestia a camisola e arrepiava-se, sentia pele de galinha'.
Tornou-se benfiquista e revelava esse sentimento dentro de campo, sendo o principal impulsionador da equipa nos momentos-chave. Dirigentes e colegas 'depositavam a confiança num homem a viver um dos melhores períodos da sua carreira, considerado por muitos o melhor jogador do Mundo'.
A 24 de Março de 2001, o Benfica recebeu o FC Porto, na última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, considerando 'o jogo do ano'. A partida era determinante para o futuro de ambos na competição. Os 'encarnados' necessitavam de uma vitória para selarem o apuramento para a final four, enquanto que para os portistas bastava o empate.
No Pavilhão da Luz cheio, os 'encarnados' contaram 'com um impressionante apoio dos fervorosos adeptos'. Após uma primeira parte equilibrada, Panchito realizou um segundo tempo estupendo. Com uma prestação magistral, 'encheu o rinque de jogadas fabulosas', coroada com um golo de antologia, 'em que ultrapassou tudo e todos'. Os benfiquistas venceram por 7-4, mas o placard até podia ser mais desnivelado, tal foi a forma como se superiorizaram, e 'só não aconteceu porque os postes da baliza portista devolveram a bola por cinco vezes'.
Duas semanas depois, o argentino voltou a ser protagonista! Na final da Taça de Portugal, frente ao Óquei de Barcelos, as equipas foram para intervalo empatadas a uma bola. Na segunda parte, Panchito apenas precisou de dois minutos para bisar na partida, arrancando para uma exibição à dimensão do seu talento. Desequilibrou o encontro 'através dos seus constantes golpes de génio, brilhou intensamente e empurrou a equipa para a vitória'. O Benfica ganhou por 4-2 e arrecadou, dessa forma, o troféu.
Saiba mais sobre esta conquista na área 3 - Orgulho Eclético do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

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